O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em 2020, já se consolidou como o principal meio de pagamento utilizado pelos brasileiros. No entanto, o Acre ainda caminha lentamente na adesão à ferramenta: apenas 60% da população do estado faz uso regular do sistema, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (22) pelo perfil Brasil em Mapas, com base em um levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o Banco Central.

Mesmo com crescimento nacional, o Acre ainda tem uma das menores adesões ao Pix no Brasil: apenas 60% da população usa o sistema
O percentual coloca o estado entre os de menor adesão na Região Norte, atrás de Rondônia (70%) e Amapá (71%), e abaixo da média nacional, que é de 63%. O Distrito Federal lidera o ranking com impressionantes 79% da população utilizando o Pix, enquanto o Piauí ocupa a última posição, com apenas 56% de adesão.
Segundo a pesquisa, o Pix foi responsável por 63,8 bilhões de transações em 2024, movimentando R$ 26,5 trilhões em todo o país — um crescimento de 54% em relação ao ano anterior. O avanço expressivo confirma a consolidação do sistema como o mais popular no Brasil, à frente de métodos como cartão de débito (69%), dinheiro em espécie (68%), cartão de crédito (51%) e débito automático (32%).
Além do alcance nacional, o estudo também traz um panorama sobre o comportamento regional de uso. No Norte, por exemplo, observa-se uma rápida inclusão financeira, com destaque para o uso de QR Codes em comércios até mesmo em áreas remotas, como em Manaus e Belém. Já no Nordeste, o crescimento foi acelerado entre 2023 e 2024, impulsionado pelas microtransações no comércio local de capitais como Recife e Salvador.
A frequência de uso também varia: enquanto os amazonenses lideram com uma média de 48 transações mensais via Pix, os catarinenses aparecem na ponta oposta com 25. A pesquisa mostra ainda que estados com menor renda tendem a fazer mais transações de menor valor, ao passo que regiões com maior poder aquisitivo realizam operações menos frequentes, mas de valores mais altos.
O estudo é fruto de uma análise inédita do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, em parceria com o Banco Central. Os dados evidenciam como o Pix transformou não apenas os hábitos de consumo da população, mas também o acesso à bancarização, especialmente em regiões que enfrentavam maiores dificuldades de inclusão financeira.