Com cobertura vacinal de 43% contra influenza, Acre tem alta em internações nos hospitais

Com apenas 50 leitos pediátricos, o hospital conta com 53 internações

O Acre enfrenta um cenário preocupante de baixa cobertura vacinal contra a influenza em 2025, ao mesmo tempo em que os casos de síndromes respiratórias continuam crescendo em todo o estado. 

A vacinação é uma forma de combater a doença/Foto: ContilNet

Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), divulgado nesta semana, o estado registra aumento expressivo de casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com destaque para a circulação de vírus como SARS-CoV-2, Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Rinovírus.

O Hospital Infantil Iolanda Costa e Silva, principal unidade pediátrica do estado, encontra-se com superlotação nos leitos clínicos infantis. A unidade conta com 50 leitos pediátricos, mas está com 53 crianças internadas. 

A situação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também exige atenção: das 20 UTIs pediátricas disponíveis, 13 já estão ocupadas.

Apesar do risco aumentado de agravamento em crianças e idosos, as faixas etárias mais atingidas pela SRAG, o Acre apresenta média de cobertura vacinal de apenas 43,08%, bem abaixo da meta nacional de 95% para grupos prioritários. Municípios como Porto Acre (25,81%), Bujari (25,40%), Epitaciolândia (30,68%) e Feijó (34,81%) registram as piores taxas do estado.

A baixa adesão à vacinação também se repete entre os grupos prioritários. Apenas 33,9% dos idosos e 53,3% das crianças foram vacinados até o momento. Outros grupos, como trabalhadores da saúde (20,1%), pessoas com comorbidades (16,5%), gestantes (29,8%) e professores (15,4%), seguem com índices considerados críticos. Entre caminhoneiros e pessoas com deficiência permanente, a cobertura vacinal é ainda menor: 3,5% e 1%, respectivamente.

A UTI opera em nível laranja de atenção, mas os leitos comuns ultrapassam a lotação máxima/Foto: Reprodução

O boletim mostra ainda que, até a 20ª semana epidemiológica de 2025, foram registradas 953 internações por SRAG, com crescimento acentuado a partir da semana 17. Crianças de 0 a 9 anos e idosos com mais de 60 anos permanecem como os mais afetados, com maior necessidade de hospitalização. Rio Branco e Cruzeiro do Sul concentram a maior parte dos casos.

Embora o estado tenha ampliado o monitoramento e a identificação de vírus nas unidades sentinelas e hospitais, a baixa vacinação continua comprometendo os esforços de prevenção e controle, aumentando o risco de agravamento clínico e de sobrecarga no sistema de saúde.

 

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