Conheça a mãe de gêmeos que superou desafios e dá testemunho de vida

Elcinara Vieira tem 28 anos e também é mãe de outras duas crianças especiais

Ser mãe exige muita dedicação e uma força extraordinária, que muitas mulheres não sabem de onde tiram para defender a todo custo a vida e o bem-estar dos seus filhos. E em Santarém, no oeste do Pará, quem tem propriedade para falar sobre esse assunto é a Elcinara Vieira, que além de ser mãe de duas crianças especiais, passou recentemente pelo desafio de ser uma “Mãe de UTI”.

Ao g1, Elcinara Vieira contou que é mãe de duas crianças de 5 e 10 anos, ambos possuem necessidades especiais. Foi quando os desafios começaram a aparecer na sua caminhada. A filha mais velha de Elcinara, hoje com 10 anos, nasceu com alergias múltiplas.

Na época, com 18 anos, Elcinara vivia na sua cidade natal, Monte Alegre, e não tinha recursos para o tratamento que precisava ser feito na capital do estado. Para lutar pela vida da filha, ela precisava fazer vendas de chopinho e rifas nas ruas, para arrecadar recursos e ir uma vez por mês para Belém.

“Com 3 anos dela veio o autismo. Com 5 anos engravidei do 2 filho que também veio com as mesmas alergias, e eu ia com os dois pra Belém, mas hoje graças a Deus posso dizer que eles estão bem”, contou Elcinara.

Os gêmeos Anthony e Antonella com a mãe Elcinara — Foto: Arquivo Pessoal

Os gêmeos Anthony e Antonella com a mãe Elcinara — Foto: Arquivo Pessoal

E como se não fosse suficiente, a jovem precisou passar por um verdadeiro turbilhão de sentimentos quando engravidou novamente de gêmeos Anthony e Antonella e precisou lidar com o parto prematuro e a internação das crianças na UTI Neonatal do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA).

“Não foi fácil e não está sendo até hoje, mas foi uma experiência incrível, não pelo fato de ser mãe de gêmeos, mas sim por ser ‘Mãe de UTI’. É uma experiencia surreal onde você conhece todo tipo de emoções que existe no mundo”, disse Elcinara.

A jovem contou que vivia em Monte Alegre, onde iniciou o pré-natal, mas com 2 meses de gravidez teve um descolamento de placenta, que a levou a passar grande parte da gestação internada em Santarém, lutando pela vida dos filhos até o parto prematuro dos gêmeos Anthony e Antonella que aconteceu com 31 semanas, em novembro de 2024.

As crianças precisaram ficar aproximadamente um mês internadas, quase 30 dias que pareciam se arrastar e forçaram Elcinara a viver experiências que ela vai levar para toda a vida.

Bebê nasceu com 31 semanas de gestação — Foto: Arquivo Pessoal

Bebê nasceu com 31 semanas de gestação — Foto: Arquivo Pessoal

Para a jovem mãe, um dos momentos mais delicados foi só poder ver os filhos através de um vidro e ter que ir para casa, sem as crianças no colo.

“Dor, sofrimento, amor, a fé e acima de tudo a fé. Você olhar seu filho pela janela de uma UTI é um sentimento que só conhece quem passa. Dormir com a incerteza se os filhos estão bem”, continuou.

Apesar de todos os desafios enfrentados no período de internação das crianças, Elcinara revelou que descobriu que é mais forte do que imaginava.

Isso porque a mãe sequer conseguiu ter o “puerpério”, já que o período pós-parto foi todo acompanhando os bebês na internação. Ela conta que teve o parto cesárea e além de estar com os filhos na UTI, ainda teve complicações no pós-operatório, porque os pontos infeccionaram.

“Eu acredito que ser mãe de UTI me fez mais forte do que eu já sou e me mostrou uma força também que eu não consigo explicar porque são muitas emoções envolvidas”, continuou.

Hoje, Anthony e Antonella estão com 5 meses. A Antonella precisou voltar ao hospital por conta da bronquiolite, mas Elcinara revela que o pior já passou e que ela já está bem melhor. Agora a jovem mãe de 4 filhos, olha para os desafios superados como experiências que contribuíram para o Dia das Mães ser celebrado de uma forma muito especial.

“Eu posso te dizer que foi a experiência mais dolorosa e mais incrível que eu tive na minha vida foi ser mãe de gêmeos prematuros”, completou Elcinara.

Para Elcinara, o desejo é que todas as Mães de UTI possam viver a experiência de sair do hospital com seus filhos no colo.

“O melhor presente de verdade, é a vitória de vencer a prematuridade sair com os filhos nos braços pra casa não tem preço, te garanto que a melhor sensação da vida de mãe de UTI é sair do hospital com o filho no colo”, completou.

Anthony e Antonella estão com 5 meses — Foto: Arquivo Pessoal

Anthony e Antonella estão com 5 meses — Foto: Arquivo Pessoal

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