Durante sessão ordinária realizada na noite de quinta-feira (29), na Câmara Municipal de Porto Walter, o vereador Nego do Temista (União Brasil) protagonizou um momento de revolta ao criticar a ausência de aliados seus em cargos públicos na gestão municipal. Em tom exaltado, ele questionou a distribuição de vagas nas secretarias e chegou a abandonar o plenário.

O caso aconteceu na noite de quinta-feira (30)/Foto: Reprodução
O parlamentar afirmou que não possui nenhum servidor indicado em setores como Saúde, Educação, Obras, Cultura e Assistência Social, enquanto outros colegas de Câmara estariam com grande parte de seus aliados empregados. Segundo ele, “60% dos funcionários” de algumas secretarias seriam ligados a outro vereador, sem mencionar nomes diretamente.
“Será que foi eu que não teve um funcionário nesse Caderno de Saúde? Será que foi eu? Não. Mas eu tenho um colega meu aqui que tem 60% dos funcionários que foi leito dele”, disparou Nego do Temista, ao criticar a ausência de representatividade política entre os cargos comissionados.
Ele também se queixou da exclusão de seus eleitores da gestão pública municipal e insinuou que apenas pessoas sem qualificação estariam lhe apoiando, por não conseguirem espaço no governo.
“O que eu estava analisando é o meu projeto: as pessoas que votam em mim. Eu acho que é só os analfabetos, é aqueles que não conseguem ter um emprego de tamanho, porque só os do leito (outros vereadores) são empregados.”
Ainda durante o discurso, o vereador pediu respeito ao seu mandato, reforçando que também foi eleito pelo povo e que lutará por seus direitos.
“Pelo amor de Deus, me respeite, eu sou vereador também, e vou brigar pelo meu direito”, concluiu, antes de deixar o plenário.
A fala do parlamentar repercutiu nas redes sociais e gerou debates sobre a prática de distribuição de cargos por critérios políticos no município, um tema sensível que costuma marcar disputas de bastidores nas administrações locais.