Após a repercussão de denúncias feitas por duas mães de Rio Branco (AC) nas redes sociais, sobre conversas com um homem que supostamente usava plataformas de compra e venda para obter informações sobre crianças, a família do acusado se pronunciou. Paulo Roberto Benício Parizi foi identificado como o suspeito de abordar mulheres com perguntas invasivas e, em alguns casos, pedidos de fotos das crianças.
A repercussão teve início com vídeos publicados pelas internautas Jaqueline Bergson e Raquel Rufino. Ambas relataram experiências semelhantes, com um homem que se passava por comprador de produtos infantis e, após o primeiro contato, mudava o foco da conversa para informações íntimas sobre os filhos delas. As publicações viralizaram e geraram uma série de comentários e denúncias semelhantes de outras mães.
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Prints mostram trechos das conversas entre o suspeito e as mães que denunciaram abordagem invasiva/Foto cedida
Diante da situação, a família de Paulo Roberto divulgou uma nota de esclarecimento. Segundo o texto, ele possui uma malformação congênita neurológica e deficiência mental definitiva, sendo interditado civilmente por incapacidade de discernimento. A família admite que ele consegue andar, falar, ler e escrever com dificuldade, mas que sua condição compromete a capacidade de compreender limites sociais e condutas esperadas.
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Além disso, os familiares pedem desculpas às mulheres afetadas, mas também fazem um apelo por sensibilidade, destacando que a exposição pública pode gerar reações violentas e incentivar a “justiça com as próprias mãos”. Eles garantem que medidas estão sendo tomadas para controlar a situação e reforçam que ele deverá responder legalmente, respeitando os trâmites adequados à sua condição mental.
As denúncias ainda devem ser formalizadas por meio de boletins de ocorrência, como anunciado por uma das vítimas. O caso levanta um importante debate sobre os riscos no ambiente digital e também sobre como lidar com autores de condutas inadequadas que possuem deficiência mental.
Nota de Esclarecimento
A família de Paulo Roberto Benício Parizi, diante das recentes publicações veiculadas em redes sociais e em jornais virtuais, vem a público esclarecer o seguinte:
- Paulo Roberto é portador de malformação congênita neurológica e deficiência mental definitiva, sendo, inclusive, interditado civilmente, em razão de sua incapacidade de discernimento normal;
- Apesar da deficiência mental, Paulo Roberto anda, fala e consegue ler e escrever com certa dificuldade, bem como, consegue diferenciar algumas condutas certas/erradas, próprias/impróprias, porém, em razão de sua condição mental não possui “os filtros” sociais que uma pessoa dita “normal” teria, não conseguindo seguir, naturalmente, as regras de condutas sociais que se espera de uma pessoa dita “normal”;
- Quanto ao entendimento de que “doido é quem rasga dinheiro”, entendemos o pensamento popular (senso comum) a este respeito. No entanto, tal frase carece de sustentação técnica é específica a cada caso, pois, não são todos os “doidos” que rasgam dinheiro e, nem por isso, deixam de ser “doidos”. Todas as pessoas que nascem ou desenvolvem durante a vida qualquer doença mental, age e reage de formas diferentes das outras, mesmo que possuam a “mesma doença”. De fato, o Paulo Roberto não rasga dinheiro. Sua deficiência mental afeta outras áreas/campos de sua mente, mas, ainda assim, para a medicina ele é portador de doença mental;
- PEDIMOS DESCULPAS a todos que de alguma forma foram afetados pelo comportamento errado de Paulo Roberto, especialmente às mulheres e mães, que preocupadas expuseram os fatos nas redes sociais. Porém, pedimos que tenham sensibilidade e responsabilidade, pois a exposição de fatos sensíveis como estes e da forma que foram expostos podem incitar ódio e o desejo de se fazer “justiça com as próprias mãos”, movido pelo pensamento de que “já que a polícia ou os órgãos competentes” não fazem nada, o povo faz! Reforçamos que não concordamos com as atitudes praticadas por Paulo, porém, existem meios legais (jurídicos) de garantir os direitos de todos (vítimas e autores de crimes), não sendo a internet o “tribunal” apropriado para o julgamento das referidas condutas.
Informamos que, apesar de todas as dificuldades em controlar um doente mental adulto (que as explicações não caberiam nesta nota), desde quando tomamos conhecimento das situações expostas na internet, tomamos providências a fim de minimizar/acabar com essa situação.
Reiteramos o nosso compromisso com a verdade e com a Justiça, para que Paulo Roberto responda perante a lei, por suas ações erradas, mesmo que sem discernimento de uma pessoa capaz de ter esse entendimento, em razão de sua condição mental.
Atenciosamente,
Família de Paulo Roberto Benício Parizi.