Maria Lúcia Godoy, uma das maiores cantoras líricas do Brasil, morre aos 100 anos

O corpo foi velado no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, um dos últimos palcos a receber seu talento, em 2014.

Morreu aos 100 anos, Maria Lúcia Godoy, uma das maiores cantoras líricas do Brasil.

Um coro formado por parentes e amigos fez a última homenagem à soprano.

“É minha sabiá e sempre vai ser. Está eternamente aqui no meu coração”, diz a irmã Maria Amélia Godoy.

“Uma voz celestial, e ela está levando hoje essa voz para os anjos, para o céu”, diz a produtora cultural Carminha Guerra.

Maria Lúcia Godoy morreu aos 100 anos, em casa, em Belo Horizonte. O corpo foi velado no Palácio das Artes, um dos últimos palcos a receber seu talento, em 2014.

A cantora lírica percorreu o mundo. A apresentação no Carnegie Hall, nos Estados Unidos, em 1967, ganhou destaque no “New York Times”, dizendo que ela cantou como um pássaro e que sua voz flutuou sem peso. E era assim mesmo que ela definia o seu ofício:

“Cantar é uma coisa muito importante. Cantar é colocar a alma voando, flutuando”, declarou a cantora em 2017.

Maria Lúcia Godoy, uma das maiores cantoras líricas do Brasil, morre aos 100 anos — Foto: Reprodução/TV Globo

Maria Lúcia Godoy, uma das maiores cantoras líricas do Brasil, morre aos 100 anos — Foto: Reprodução/TV Globo

Maria Lúcia Godoy é considerada a principal intérprete da obra do compositor Villa-Lobos. Mas a trajetória da cantora foi além da música clássica erúdita. Ela deu voz a compositores populares.

“Ela deixou um legado gigantesco de boa música, de músicas mineiras também. Trabalho incansável dela pela música erudita, pela música clássica e pela música popular”, afirma o ator e diretor Pedro Paulo Cava.

Gravou 20 álbuns e inspirou gerações de artistas.

“Ouvir ela cantar me servia de grande referência para poder fazer toda a minha parte de formação auditiva mesmo”, conta a cantora lírica Camila Provenzale.

Ministério da Cultura manifestou pesar pelo falecimento e declarou que ela era dona de uma das mais respeitadas trajetórias da música erudita brasileira. A Secretaria de Cultura de Minas publicou que Maria Lúcia era “mineira do mundo”.

O músico Túlio Mourão trabalhou com a soprano e diz que a voz dela era puro dom:

“É mais forte do que técnica, é mais forte que aprendizado, é mais forte que disciplina. É um dom fantástico. O que Drummond diz sobre ela é”.

“Foi-se o ferro de Itabira? Ouro não se destrói! Está na voz da mineira Maria Lúcia Godoy. Carlos Drummond de Andrade”, diz a atriz Inês Peixoto.

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