10 de junho de 2025

Pesquisadores descobrem no Acre nova espécie de sapo de apenas 1,5 centímetro e altamente venenoso

A espécie foi encontrada em uma área remota da floresta acreana, acessível apenas após uma longa expedição de avião, barco e caminhada em mata fechada

Uma nova e perigosa espécie de sapo venenoso foi descoberta no coração da floresta amazônica, na região do baixo Rio Juruá, no Acre. Com apenas 1,5 centímetro de comprimento, o animal surpreendeu os cientistas não só pelo tamanho minúsculo e pelas cores vibrantes — azul-celeste nas costas e pernas com tonalidade cobre metálico —, mas principalmente pelo seu alto grau de toxicidade, considerado letal inclusive em girinos.

O sapo é altamente venenoso/Foto: Reprodução

Batizado de Ranitomeya aetherea (também mencionado como Ranitomeya aquamarina em referência à coloração marcante), o anfíbio representa a primeira nova espécie a ser descrita do gênero Ranitomeya em uma década. A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) em colaboração com cientistas do Museu Nacional da República Tcheca, e publicada em revistas científicas como PLOS ONE e ZooKeys.

Apesar do visual encantador e aparência quase metálica, o sapo carrega toxinas potentes, sendo classificado como altamente venenoso, o que chamou atenção dos especialistas da vida selvagem. “Miúdo, mas extremamente perigoso”, destacam os pesquisadores, reforçando que o veneno pode ser letal e está presente em todas as fases de vida do animal.

A espécie foi encontrada em uma área remota da floresta acreana, acessível apenas após uma longa expedição de avião, barco e caminhada em mata fechada com o auxílio de guias locais. O ambiente dominado por palmeiras e bananeiras-bravas revelou esse sapo único, que também possui um chamado de acasalamento característico, composto por até 35 notas curtas.

O estudo genético confirmou que se trata de uma espécie inédita. Além da coloração marcante, o sapo se destaca por uma barriga de textura granular em formato de anel — uma característica jamais observada em outros membros do mesmo gênero.

Segundo os cientistas, a descoberta reforça o quanto a biodiversidade da Amazônia, especialmente no Acre, ainda é pouco conhecida. “Embora estejamos apenas dando os primeiros passos para desvendar a biodiversidade desta área, já temos evidências da extraordinária riqueza da fauna local”, afirmam os autores da pesquisa.

Em publicação nas redes sociais, o pesquisador Alexander Tamanini Mônico, pós-doutorando pelo Inpa, celebrou a descoberta: “Pessoalmente, essa descoberta trouxe desafios, crescimento e, acima de tudo, esperança”.

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