O ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, que morreu nesta terça-feira (13/5), expressou em vida o desejo de ser enterrado na chácara onde morava, nos arredores de Montevidéu, ao lado da cadela Manuela, sua inseparável companheira enquanto viveu.
A informação reforça o vínculo profundo de Mujica com a vida simples que escolheu levar durante sua trajetória.
A cadela Manuela, que tinha somente três patas devido a um acidente doméstico, ganhou notoriedade internacional ao aparecer frequentemente ao lado de Mujica em reportagens e fotos oficiais durante o período em que ele ocupou a presidência do país, entre 2010 e 2015. Ela se tornou símbolo de um estilo de vida modesto que marcou a trajetória pública do uruguaio.
Mujica nunca deixou a casa de campo onde viveu com sua esposa, a ex-senadora Lucía Topolansky. Mesmo durante o mandato, recusou-se a ocupar a residência presidencial e continuou morando na chácara, de onde cuidava de plantas e mantinha contato com vizinhos e amigos. O cão, ou melhor, cadela de guarda era Manuela, que o seguia para todos os lados.
Manuela faleceu em 2018, e Mujica teria pedido que seus restos fossem enterrados próximos aos da cadela. O animal foi descrito pelo ex-presidente como “parte da família” e presença constante em sua vida pública e privada. A imagem de Mujica vestindo roupas simples, em meio à natureza, com Manuela ao lado, ganhou o mundo e virou símbolo de resistência à ostentação no poder.
Uma vez, questionado sobre seu apresso por seus emblemáticos veículos, dois Fuscas, um azul claro e outro escuro, Mujica declarou não ter apego em relação a eles, e sim a Manuela.