O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, na última quinta-feira (5), que evitou a concessão de R$806,3 milhões em financiamentos rurais a proprietários de terras com indícios de desmatamento ilegal no Brasil. Entre os estados com maiores percentuais de crédito recusado, o Acre aparece ao lado de Amazonas, Tocantins e Rondônia, todos da região Norte.

A média de crédito bloqueado foi de quase R$ 1 milhão por dia / Foto: Reprodução
A ação é resultado da parceria entre o BNDES e o MapBiomas, que desde 2023 monitora por satélite áreas de vegetação nativa nos biomas brasileiros, cruzando dados com solicitações de crédito rural. O sistema identificou 3.723 alertas ativos de desmatamento irregular entre fevereiro de 2023 e abril de 2025, o equivalente a 1% das 337,2 mil solicitações analisadas nesse período.
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De acordo com o banco, a média de crédito bloqueado foi de quase R$ 1 milhão por dia, impedindo que produtores com áreas sob alerta recebessem financiamento. Apenas no mês de abril de 2025, R$25 milhões em crédito rural foram recusados por indícios de ilegalidades.
“O BNDES é um grande parceiro do agronegócio e da pecuária, mas não é complacente com o agronegócio que destrói o meio ambiente. O tempo do crédito para o agro que desmata já passou”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota oficial.
Na região Norte, 2,2% dos R$4,3 bilhões em solicitações foram recusados por desmatamento ilegal. No caso do Acre, o percentual exato não foi divulgado, mas o estado figura entre os dez com maior taxa de financiamentos barrados, ao lado de outros do Norte e seis estados do Nordeste.
Além de atuar preventivamente contra o financiamento de práticas ilegais, o BNDES destaca que suas normas de crédito rural são mais rigorosas do que as do Banco Central. São analisadas operações com juros equalizados dos programas agropecuários federais, além de linhas próprias como o BNDES Crédito Rural.
O Acre, que frequentemente aparece nas estatísticas nacionais de desmatamento, tem sido foco de atenção crescente por parte de instituições de controle ambiental