Bolsonaro discutiu sistema eleitoral com hacker apresentado por Zambelli, diz Cid ao STF

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Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9/6), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, confirmou a realização de uma reunião no Palácio da Alvorada entre Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por seu envolvimento na Vaza Jato.

Segundo Cid, o encontro foi articulado por Zambelli com o objetivo de apresentar ao então presidente informações técnicas relacionadas a possíveis vulnerabilidades nas urnas eletrônicas utilizadas nas eleições brasileiras. De acordo com o militar, Bolsonaro queria entender “as possibilidades de fraudes” e “como elas poderiam ser detectadas”, ouvindo uma avaliação com base na experiência de Delgatti com sistemas digitais.

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Mauro Cid fala ao STF para prestar esclarecimentos no inquérito que investiga o plano golpistaReprodução/Agência Brasil
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Jair Bolsonaro e Mauro CidReprodução: Facebook/Jair Bolsonaro
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Bolsonaro em entrevista ao portal UOLReprodução: YouTube/UOL

Após essa reunião, Bolsonaro teria solicitado ao então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que aprofundasse a conversa com o hacker. A ideia, segundo Cid, era avaliar tecnicamente os apontamentos feitos por Delgatti. O militar confirmou que o novo encontro chegou a ser realizado nas dependências do Ministério da Defesa, mas não soube informar se Paulo Sérgio esteve presente.

Apesar das tratativas, Mauro Cid afirmou que os levantamentos e estudos posteriores não identificaram qualquer indício de fraude nas urnas eletrônicas após as eleições de 2022.

O depoimento integra a etapa de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo central” da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro no segundo turno presidencial. Cid foi o primeiro a ser ouvido nesta fase do processo, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

A oitiva faz parte de uma ação penal que apura articulações para deslegitimar o resultado das eleições e embasar uma intervenção institucional. O STF deve seguir com os depoimentos ao longo das próximas semanas.

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