Gladson confirma dobradinha com Bittar na disputa pelo Senado, o que beneficia Mailza

A dobradinha, que vinha sendo construída nos últimos meses, está sacramentada. O anúncio foi feito pelo próprio governador durante entrevista no podcast Papo Informal

Nos bastidores da política acreana, já não resta mais dúvida: o senador Márcio Bittar e o governador Gladson Cameli vão caminhar juntos nas eleições de 2026. A dobradinha, que vinha sendo construída nos últimos meses, está sacramentada. O anúncio foi feito pelo próprio governador durante entrevista no podcast Papo Informal.

Gladson ao lado do senador Marcio Bittar/Foto: Reprodução

“Isso pra mim já tá resolvido. É o Márcio. É o meu candidato. Isso é parte da união de partidos onde envolve o União Progressista e o PL”, disse Cameli.

A composição surpreende pelo peso simbólico e eleitoral. Gladson, que encerra seu segundo mandato como governador, vai disputar uma das duas cadeiras ao Senado. Já Bittar, disputa a reeleição.

Nos bastidores, a articulação conta com o aval de figuras de peso em Brasília, e atende a uma estratégia: consolidar uma frente ampla da direita no Acre, unindo PL e União Progressistas, dois partidos que devem ter papel central na disputa presidencial de 2026.

Enquanto isso, lideranças de oposição já se movimentam para tentar quebrar o favoritismo dessa aliança. Mas fontes próximas ao Palácio Rio Branco garantem que Gladson e Bittar vão manter a parceria “blindada” até o ano que vem.

Nos próximos meses, a expectativa é de que ambos intensifiquem agendas conjuntas pelo estado, pavimentando o caminho rumo às urnas. Como se diz no jargão político, o jogo começou — e as peças já estão no tabuleiro.

Mailza beneficiada

Além de selar sua aliança com o governador Gladson Cameli para 2026, o senador Márcio Bittar prepara mais um movimento estratégico que deve mexer no tabuleiro político do Acre: sua filiação ao PL e o consequente apoio do partido à reeleição da vice-governadora Mailza Assis (PP), que tentará permanecer no Palácio Rio Branco.

Bittar, que hoje está no União Brasil, já comunicou a aliados próximos que o caminho está traçado: deve se filiar ao PL nos próximos meses, em um movimento alinhado com as direções estadual e nacional da sigla. Márcio deve ser o responsável por carimbar esse apoio para o atual governo.

A jogada é vista como decisiva para robustecer a futura candidatura de Mailza, que herdará o projeto de continuidade do atual governo e, com o PL, ganha musculatura eleitoral e acesso à base bolsonarista, que tem força expressiva no Acre.

Nos bastidores, a conversa é de que o senador está costurando um pacote completo: filiação ao PL, aliança com Gladson para o Senado e um palanque consolidado para Mailza. Assim, Bittar não apenas garante protagonismo no pleito de 2026, como também reposiciona o PL dentro do governo, com espaço garantido em caso de vitória.

Acaba de vez as especulações

Com Márcio Bittar confirmado como o nome do PL para disputar o Senado ao lado de Gladson Cameli em 2026, uma outra consequência já circula entre os aliados: está encerrada, pelo menos nos bastidores, a especulação de que o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, poderia ser o candidato do partido à vaga no Senado.

Bocalom, que é um dos principais aliados de Bittar e chegou à prefeitura justamente com o apoio do senador, já deixou claro em conversas reservadas que seguirá a orientação do amigo e padrinho político. Ou seja, com Bittar entrando oficialmente na disputa, Bocalom sai do jogo e garante mais um apoio de peso a Mailza.

Força política tem de sobra

O presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior (PP), vai disputar a reeleição em 2026 e, ao que tudo indica, deve sair das urnas novamente como o mais votado para o parlamento estadual.

Apesar de ter o nome ventilado para voos mais altos — inclusive como potencial candidato ao governo ou ao Congresso Nacional — Nicolau bateu o martelo: seu foco é a reeleição como deputado estadual, onde construiu forte base política e mantém influência consolidada.

Aliados próximos garantem que Nicolau tem “calibre de sobra” para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados ou até o Senado, mas a estratégia é seguir fortalecendo sua presença no Legislativo acreano, onde deve buscar mais um mandato como presidente da Casa.

O movimento também evita disputas internas no grupo do governador Gladson Cameli e da vice Mailza Assis, além de manter a estabilidade na Assembleia, com Nicolau sendo uma das peças-chave na articulação política do governo.

Sem muitas opções

Com as candidaturas da direita praticamente desenhadas no Acre, o tabuleiro partidário vai se afunilando e sobraram poucas siglas livres para uma possível composição em 2026.

O União Progressistas que que deve lançar Gladson Cameli ao Senado e o PL com
Bittar na outra vaga da chapa majoritária, já fecharam questão e alinharam seus espaços na disputa.

Do outro lado, o Republicanos oficializou apoio ao deputado federal Alan Rick, que tentará uma vaga ao Governo em uma composição fora do bloco de Mailza Assis e Gladson Cameli.

Sobraram, praticamente, três legendas consideradas estratégicas e ainda sem definição oficial: o Podemos, o PSDB — que hoje integram a base de Gladson no governo — e o MDB, partido que continua sendo alvo de intensa disputa nos bastidores.

Noiva disputada

Mesmo sem anunciar oficialmente para qual lado vai, o MDB carrega dois nomes de peso que podem fazer a diferença em qualquer palanque: o ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, e a ex-deputada federal Jessica Sales.

Lideranças do partido têm adotado o discurso de cautela, mas internamente o MDB sabe do peso que carrega e da capacidade de influenciar o resultado final da eleição, seja como protagonista ou como aliado decisivo.

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