Mulher é resgatada após 22 anos vivendo em situação análoga à escravidão

As investigações revelaram que a mulher vivia em um quarto sem ventilação e sem móveis adequados

Uma mulher de 34 anos foi resgatada em Manaus (AM) após passar mais de duas décadas vivendo em situação análoga à escravidão. A operação ocorreu na última quinta-feira (5), no bairro Ponta Negra, zona oeste da capital, e foi coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU).

Durante o período, ela prestou serviços a vários membros da mesma família/ Foto: MTE

A vítima começou a trabalhar aos 12 anos, com a promessa de que cuidaria de uma idosa, teria boas condições de vida e acesso à educação. No entanto, ao longo dos anos, foi submetida a uma rotina exaustiva de trabalho doméstico sem receber salário fixo, sem carteira assinada, sem direito à educação e em condições degradantes.

Durante o período, ela prestou serviços a vários membros da mesma família, desempenhando múltiplas funções em uma casa de grande porte. Além das tarefas domésticas, também ajudava na produção de doces que eram vendidos pelos empregadores. Como “pagamento”, recebia apenas moradia, alimentação e quantias esporádicas de dinheiro, sempre sob o argumento de que era “parte da família”.

As investigações, iniciadas em 27 de maio, revelaram que a mulher vivia em um quarto sem ventilação e sem móveis adequados. Em depoimento, contou que por vezes trabalhava descalça e, em algumas ocasiões, não tinha acesso nem a itens básicos de higiene, como xampu. Ela também nunca frequentou a escola.

Após o resgate, a mulher recebeu atendimento psicossocial da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas (SEJUSC) e foi reconduzida ao convívio de sua família biológica. A força-tarefa agora acompanha o caso para garantir os direitos trabalhistas da vítima e responsabilizar os envolvidos.

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