Passageiros deitados no chão cantam louvores em meio a tiros; vídeo

Polícia realiza megaoperação contra o tráfico de drogas no Rio

Trabalhadores deitados no chão para se protegerem e passageiros cantaram louvores dentro de um ônibus do BRT na manhã desta terça-feira (10), na Avenida Brasil durante uma grande operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio. A ação ocorreu nas imediações da Avenida Brasil, afetando inclusive o sistema de transporte do BRT.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver dezenas de pessoas dentro de um ônibus deitadas no chão para se proteger dos tiros. O que chama a atenção é que, mesmo em meio à intensa troca de tiros, algumas pessoas entoavam louvores e faziam orações, pedindo proteção divina.

Os confrontos foram registrados desde a madrugada nas regiões de Vigário Geral e Parada de Lucas, provocando a interrupção ou alteração de diversas linhas de trem, ônibus e do BRT, por questões de segurança.

A MobiRio, responsável pela operação do sistema BRT, informou que duas linhas do corredor Transbrasil foram suspensas temporariamente por causa da operação policial nas proximidades da estação Vigário Geral:

Linha 60 – Deodoro x Gentileza (Parador)

Linha 61 – Deodoro x Gentileza (Expresso)

A paralisação das linhas afeta diretamente milhares de passageiros que utilizam o corredor para se deslocar entre a Zona Oeste e o Centro do Rio. Não há previsão de normalização, e a recomendação é buscar rotas alternativas.

Às 6h50, o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura (COR-Rio) colocou o município em Estágio 2, nível que indica ocorrências com impacto relevante na mobilidade e operação da cidade.

Devido ao tiroteio, a rede aérea da SuperVia foi danificada na altura de Parada de Lucas/Cordovil. Com isso, os trens do ramal Saracuruna estão operando apenas no trecho entre Central do Brasil e Penha, com intervalos de 30 minutos. Há também circulação no trecho entre Duque de Caxias e Gramacho, com intervalo de 20 minutos. Até as 7h35, quatro pessoas haviam sido presas durante a operação.

Megaoperação policial

Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de delegacias da capital, Baixada Fluminense e interior do estado, realizam uma megaoperação no Complexo de Israel para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

Segundo a Polícia Civil, a ação é resultado de sete meses de investigações intensas, que permitiram identificar 44 traficantes que não possuíam mandados anteriores, possibilitando a solicitação de ordens judiciais com base em provas robustas. A operação faz parte de uma ofensiva maior para desmantelar a estrutura do TCP na região.

As investigações, conduzidas pela DRE com apoio da Delegacia Antissequestro (DAS), da 22ª DP (Penha) e da 33ª DP (Realengo), revelaram uma organização criminosa altamente estruturada e armada, sob a liderança de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, apontado como um dos traficantes mais perigosos do estado. A facção atua em comunidades como Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.

Reprodução

O grupo impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, imposição de toque de recolher e controle de serviços públicos, além de promover atos de intolerância religiosa.

Sob o comando direto de “Peixão”, o TCP é responsável por intimidações sistemáticas contra moradores, expulsão de rivais, ataques a agentes de segurança e ações coordenadas para dificultar operações policiais. Foi identificado um núcleo responsável por monitorar viaturas, incendiar ônibus e organizar protestos simulados para obstruir o trabalho das forças de segurança.

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