Tá caro! preço do açaí atinge R$ 52 o litro em Belém e preocupa população

Um dos fatores que agravam a situação é a impossibilidade de congelar artesanalmente a polpa do açaí

O tradicional açaí, alimento essencial na mesa de milhares de famílias no Pará, especialmente em Belém, enfrenta uma disparada de preços que preocupa tanto consumidores quanto trabalhadores da cadeia produtiva. Em muitos lares paraenses, o açaí é tão indispensável quanto o arroz com feijão, servindo de acompanhamento a carnes e peixes.

Pela primeira vez, Paulo Tenório não tem mais açaí para vender em Belém, a ‘capital do açaí’ — Foto: Cícero Pedrosa Neto/BBC

De acordo com dados do Dieese-Pará, apenas nos quatro primeiros meses deste ano, o preço do açaí tipo grosso — o preferido pelos consumidores — subiu 56%. No início do ano, o litro era vendido a R$ 35,67 e, no mês passado, já alcançava R$ 52,10.

Um dos fatores que agravam a situação é a impossibilidade de congelar artesanalmente a polpa do açaí, o que impede produtores locais de estocar o produto em épocas de safra abundante. Atualmente, apenas as fábricas podem realizar esse procedimento, seguindo normas sanitárias específicas.

Essa limitação poderia ter sido superada com um projeto de lei que autorizava o congelamento artesanal do açaí, aprovado na Assembleia Legislativa do Pará. No entanto, a proposta foi vetada pelo governador Helder Barbalho.

Em justificativa, o governo estadual alegou a “falta de parâmetros técnicos para congelamento seguro” e ressaltou a necessidade de que a regulamentação sobre o tema seja feita em nível federal, o que inviabilizou a mudança na legislação local.

Sem a possibilidade de estocar o produto em tempos de fartura, o mercado segue refém das variações sazonais, o que impacta diretamente no preço final e na segurança alimentar das famílias mais pobres, além de afetar milhares de trabalhadores que dependem economicamente da produção e venda do açaí.

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