O Acre registrou a segunda maior taxa de evasão populacional do Brasil entre 2017 e 2022, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, 28,7 pessoas a cada mil habitantes deixaram o estado, resultando em um saldo migratório negativo de 23.744 pessoas.

O estado do Acre é o segundo com maior evasão/Foto: Reprodução
O Acre ficou atrás apenas do Distrito Federal, que lidera o ranking nacional com uma taxa de -35,5 por mil habitantes e mais de 99,5 mil pessoas deixando o território. O elevado custo de vida foi apontado como um dos principais fatores para a evasão na capital federal.
O saldo migratório reflete a diferença entre o número de pessoas que entram e o número que saem de uma localidade. No caso do Acre, o número de saídas foi expressivamente maior, evidenciando uma tendência de esvaziamento populacional, também observada em outras 17 unidades federativas.
Estados populosos como Rio de Janeiro e São Paulo também apresentaram saldos negativos. O Rio liderou as perdas populacionais em números absolutos, com mais de 165 mil pessoas deixando o estado, uma taxa de -10,4 por mil habitantes — a maior da região Sudeste. Já São Paulo teve um saldo negativo de 89,6 mil pessoas.
No Nordeste, o Maranhão apresentou a maior evasão, com 129 mil moradores deixando o estado, o que representa uma taxa de -19 por mil habitantes. O Ceará foi o único estado brasileiro com saldo migratório praticamente equilibrado, com taxa de -0,1. A Paraíba foi o único estado da região com saldo positivo: 30 mil entradas e taxa de +7,8.

O Brasil em Mapas produziu um material com os dados do IBGE/Foto: Reprodução/ Brasil em Mapas
Na direção oposta, Santa Catarina se destacou como principal destino de migrantes, com saldo positivo de 354 mil pessoas e uma taxa de +47 por mil habitantes. Goiás (186,8 mil; +26) e Mato Grosso (105 mil; +28) também registraram crescimento expressivo, atraindo pessoas principalmente por fatores como crescimento econômico, geração de emprego e qualidade de vida.
Especialistas apontam que a evasão populacional de estados como o Acre está associada a dificuldades econômicas, limitações no mercado de trabalho, falta de acesso a serviços e políticas públicas, além de fatores sociais e ambientais. O cenário reforça a necessidade de medidas para conter a saída de moradores e promover melhores condições de vida nas regiões mais afetadas.