Casagrande abre o coração e desabafa sobre dependência química: “Troquei o prazer”

O comentarista esportivo Walter Casagrande revelou no programa "Sem Censura" os desafios que enfrentou com o vício e como conseguiu superá-lo, trocando o prazer das drogas pela cultura

Na quinta-feira (3 de julho), o comentarista esportivo Walter Casagrande, de 62 anos, participou do programa de TV “Sem Censura“, apresentado por Cissa Guimarães. Durante sua participação, o jornalista decidiu abrir seu coração e revelar todos os detalhes sobre os desafios que enfrentou com o uso de drogas.

Casagrande abre o coração e desabafa sobre dependência química – Reprodução

O caminho da dependência e a recuperação

Casagrande iniciou o desabafo contando que em nenhum momento pediu ajuda para se livrar do vício, pois em sua cabeça, ele conseguiria parar no momento em que quisesse. “Eu não pedi ajuda, eu não percebi. Eu sofri um acidente, capotei o carro em cima de seis veículos em setembro de 2007. Eu adormeci. […] Não bebia água e não comia nada porque a minha droga de escolha naquele momento era injetável”.

Após uma ida à psicóloga, a profissional fez diversos questionamentos e provocações com o jornalista, e isso fez com que ele conseguisse começar a enxergar a realidade que estava vivendo. “‘Quando você estava lá fora não ligava para sua mãe nem pai. Só ia pegar droga. Agora você está com saudade? Isso é justificativa para sair’. Aquilo me desmontou”, disse ele sobre o comentário da terapeuta.

Com muita força e vontade de superar, Casagrande começou a escutar e entender um pouco mais sobre sua dependência, além de reconhecer seus próprios limites. “Eu ia debatendo, conversando, aprendendo. Aprendi que minha segurança era eu saber o limite da minha liberdade. Hoje eu sou totalmente livre, só que sei até aonde eu posso ir com a minha liberdade. Eu sei a hora de me retirar. Nunca saí com as pessoas e pedi ‘por favor, não bebe porque não posso ver’. Aprendi que as pessoas não têm nada a ver com isso. É um problema interno, meu. Sou eu que tenho que saber a hora de ir, e eu consigo isso hoje”.

“Eu era muito isolado, ficava trancado na minha casa. A estratégia final foi minha psicóloga passar na minha casa porque eu tinha que ir ao teatro ou cinema toda sexta-feira e sábado. ‘Não adianta falar que não vai, que tá cansado’. Comecei meio forçado, e passei a ir quinta, sexta e sábado. Começou a ter terça… eu troquei o prazer da droga pelo da cultura”, continuou o comentarista.

Atualmente, o comentarista esportivo conta sua história sem nenhum empecilho ou receio. Pelo contrário, ele utiliza seu depoimento para ajudar outras pessoas. Com muita consciência, Casagrande reconhece a importância do diálogo e atenção neste momento. “Sou eu que tenho que saber a hora de ir. E hoje eu consigo isso”, finalizou.


Fonte: Metrópoles

Redigido por ContilNet.

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