Nativo da Amazônia, o cupuaçu é muito mais do que apenas uma fruta, é um símbolo cultural, um alimento importante e um ingrediente chave em diversas receitas. Por aqui, o item é apreciado pelo seu sabor único e também por seus benefícios à saúde, sendo utilizado em sucos, cremes, sorvetes, produtos e até em doces que muitos nunca imaginaram comer: a jujuba.
E essa novidade criada por indígenas de Roraima virou empreendimento, a Yu’ Primavera e foi apresentada recentemente em Rio Branco no evento Txai Amazônia. A receita de família que virou renda, é mais um exemplo de negócio misturado com sustentabilidade que deu certo.

Comunidade indígena cria jujuba de cupuaçu e apresenta produto durante evento em Rio Branco. Foto: Reprodução
A jujuba de cupuaçu foi feita na comunidade Kauwê, em Pacaraima, pela produtora e engenheira agrônoma, Vera Lúcia. Completamente natural, sem químicos ou desperdício, o item é pensando desde a plantação, cultivado sem agrotóxicos e adubado com compostagem, além de ter a embalagem feita de papel reciclável.
O Seminário Internacional Txai Amazônia ocorreu na última semana na Universidade federal do Acre (Ufac), e entre os vários cases com produtos da bioeconomia, a agroindústria Yu’ Primavera fez sucesso, assim como tem conquistado o paladar de todo o país com a polpa da fruta da região.
“Trabalhamos com o sistema agroflorestal, então produzimos desde a matéria prima até o produto final, com muita dificuldade, mas estamos conseguindo. Antes vendíamos apenas a polpa do cupuaçu, mas percebemos que agregando valores a isso, conseguiríamos um maior retorno”, afirmou Vera.
Vera Lúcia é indígena e engenheira agrônoma, responsável pela criação e produção da jujuba de cupuaçu. Foto: Cedida
De acordo com a criadora, o trabalho envolve toda a comunidade e o produto abrange não só a parte econômica, mas também ambiental e social. “Estamos colocando no mercado um artigo diferenciado e empreendendo sem agredir a natureza. Acreditamos que é possível gerar renda, manter a floresta em pé e valorizar os saberes tradicionais junto com a ciência”, destaca.