O atraso no início das obras de recapeamento da BR-364, no trecho entre os municípios de Bujari e Sena Madureira, pode estar sendo provocado por disputas entre empresas do setor de engenharia pesada, e não por fatores técnicos ou climáticos. A informação consta em uma denúncia que aponta a atuação de grupos empresariais com estratégias para travar o processo licitatório por interesses próprios.
O atraso no trecho da estrada seria devido a uma disputa entre empresas/Foto: Reprodução
De acordo com o conteúdo da denúncia, um mesmo grupo estaria utilizando diferentes empresas sob controle comum para disputar simultaneamente vários lotes da licitação. A suposta estratégia seria garantir o maior número possível de contratos, mesmo sem comprovação de capacidade técnica ou financeira para executá-los integralmente. As informações são do site Yaco News.
A denúncia foi divulgada com exclusividade pelo portal YacoNews, que teve acesso a documentos e relatos relacionados ao caso. Segundo o material, o impasse estaria impedindo o início das obras em um dos trechos mais deteriorados da BR-364, com buracos, desníveis, ausência de sinalização e risco constante de acidentes.
Ainda conforme a publicação, uma empresa já estaria habilitada e com estrutura mobilizada para iniciar os trabalhos, com funcionários contratados e maquinário em campo, mas permanece impedida de atuar devido a um recurso apresentado por outra empresa, desclassificada no processo, que tenta reverter judicialmente sua exclusão da licitação.
A empresa autora do recurso, segundo a denúncia, não teria capital suficiente para executar os lotes vencidos e estaria usando medidas jurídicas como forma de ganhar tempo e bloquear o avanço da concorrente. A situação mantém a obra paralisada, gerando frustração entre trabalhadores, fornecedores e a população que depende da estrada.
O material também levanta suspeitas sobre possíveis ligações dessas empresas com figuras políticas locais, o que poderia indicar favorecimento em processos licitatórios. Há ainda denúncias de práticas trabalhistas irregulares, como pagamento “por fora” de salários para reduzir encargos sociais, em prejuízo dos direitos dos funcionários.
A BR-364 é a principal via de integração entre Rio Branco e o interior do estado, e seu abandono compromete o transporte escolar, o escoamento da produção, o atendimento de saúde e a segurança no tráfego.