Espetáculo “A Montagem” estreia com crítica à alienação no trabalho e à obediência cega

Peça denuncia a engrenagem opressora por trás do labor cotidiano e convida à reflexão sobre o sentido da existência

Em um ambiente industrial sombrio, onde a produtividade é cultuada quase como religião, surge A Montagem, espetáculo acreano que propõe uma potente reflexão sobre poder, alienação e identidade. Com dramaturgia, direção e criação musical de Yuri Montezuma, a peça apresenta um grupo de funcionários que dedica suas vidas a uma engrenagem impessoal — a Montagem — sem jamais questionar os porquês de sua existência.

Espetáculo acreano “A Montagem” provoca reflexões sobre controle, rotina e a desumanização do trabalho moderno/Foto: Ascom

A rotina desses trabalhadores, marcada por obediência absoluta e propósito difuso, é virada de cabeça para baixo quando o impensável acontece: o patrão, até então uma entidade invisível e onipresente, finalmente se revela. Mas essa revelação é muito mais do que uma aparição. É um abalo sísmico que põe em xeque a realidade construída até então.

Quem são essas pessoas fora da Montagem? Elas têm escolha? A estrutura que sustenta suas vidas é justa ou apenas funcional? Essas são algumas das perguntas que emergem com força no espetáculo, que aposta no desconforto como ferramenta de libertação — ou de ruína.

O elenco conta com Luci Araújo, Milly Saady, Yasmin Monteiro e o próprio Yuri Montezuma. A iluminação é assinada por Luiz Rabicó, com sonoplastia de Eros Silva. A arte gráfica é do Theteu Ilustrador.

A Montagem é uma produção da Cia Tanto de Lá Quanto de Cá em parceria com o Laboratório da Cena, e se apresenta como um trabalho independente, que convida o público a mergulhar nas fissuras de um sistema que, de tão familiar, quase passa despercebido.

Ingressos antecipados podem ser adquiridos pelo número (68) 97400-7771.

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