O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu uma nova denúncia criminal contra o guru Uberto Gama, de 63 anos. Ele é acusado de se aproveitar de sua posição como líder espiritual e professor de yoga para cometer uma série de crimes sexuais. Os abusos teriam sido praticados valendo-se das relações de “mestre-discípulo” que estabelecia com as vítimas.
A nova denúncia, assinada pela Promotoria de Justiça de Quatro Barras — onde alguns dos crimes foram apurados — e pelo Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves), foi entregue ao Judiciário na segunda-feira (30 de junho). Ela relaciona 20 novos fatos criminosos cometidos contra 16 vítimas, sendo quatro desses crimes de estupro de vulnerável, praticados contra três vítimas com menos de 14 anos na época dos fatos. O processo tramita sob sigilo.

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Os crimes agora denunciados teriam sido praticados entre 2005 e 2024 em espaços mantidos pelo acusado: uma chácara em Quatro Barras, onde era sediada a ordem filosófica que ele liderava, e uma clínica em Curitiba, onde atuava como psicanalista, mestre de artes marciais e ministrava cursos e palestras.
Esta recente denúncia é resultado de novos depoimentos de vítimas que procuraram o Ministério Público após a divulgação da prisão do investigado e do oferecimento da primeira denúncia, em abril deste ano.
Crimes imputados e bens bloqueados
Nesta denúncia, são imputadas a Uberto Gama a prática de violação sexual mediante fraude, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável e tortura (por submeter alguém sob sua autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental). Todos os crimes foram cometidos em concurso material e de forma continuada durante anos.
Em abril, o denunciado foi preso em Florianópolis pelo MPPR, com o apoio da Polícia Militar do Paraná e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Santa Catarina. As investigações do caso são conduzidas no Ministério Público no âmbito do Naves e tiveram início a partir da representação de cinco vítimas.
O Ministério Público também requereu e obteve decisão judicial favorável que determinou o bloqueio de bens do acusado em valores que ultrapassam R$ 2 milhões, além de dois veículos de sua propriedade. Os valores poderão ser utilizados para possíveis indenizações às vítimas, caso a acusação seja procedente.
Fonte: Metrópoles
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