O corpo da jovem Juliana Marins, que morreu após cair na trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, chegou ao Rio de Janeiro na noite desta terça-feira (1º de julho). O translado foi feito por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que decolou de Guarulhos (SP) e pousou na Base Aérea do Galeão (BAGL). De lá, o corpo seguiu diretamente para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro da cidade.

Carro de funenrária preparado para levar o corpo de Juliana Marins na Base Aérea do Galeão — Foto: Thaís Espírito Santo/g1
Família pede por clareza na investigação
Uma segunda autópsia será realizada pelas autoridades na manhã desta quarta-feira (2 de julho), com a presença de três peritos: um policial civil, um policial federal e um assistente técnico. Um representante da família também estará presente.
O pedido pela nova autópsia foi feito pela família de Juliana à Justiça Federal, e foi aceito. Segundo a defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz, responsável pelo pedido, o motivo é a “ausência de esclarecimento sobre a causa e o momento exato em que a vítima morreu”. O despacho pedia que a perícia fosse feita em até 6 horas após a chegada do corpo ao Rio de Janeiro.
Nesta segunda-feira (30 de junho), a Defensoria Pública da União também enviou um ofício pedindo que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o caso.
Manoel e a filha Juliana — Foto: Reprodução
A polêmica primeira autópsia em Bali
A primeira autópsia foi realizada na quinta-feira (26 de junho), em um hospital de Bali, logo após o corpo ser retirado do Parque Nacional do Monte Rinjani. O exame apontou que a brasileira morreu por múltiplas fraturas e lesões internas, não sofreu hipotermia e sobreviveu por menos de 20 minutos após o trauma.
As informações foram divulgadas na sexta-feira (27 de junho) pelo médico-legista Ida Bagus Putu Alit, em uma coletiva de imprensa no saguão do Hospital Bali Mandara. A divulgação do laudo foi duramente criticada pela família de Juliana. Mariana Marins, irmã da vítima, expressou indignação, afirmando que a coletiva ocorreu antes mesmo que a família tivesse acesso ao laudo.
Governador da Indonésia admite falta de estrutura
Pela primeira vez desde a morte de Juliana, uma autoridade política da Indonésia se manifestou sobre o episódio. Lalu Muhamad Iqbal, governador da província de Sonda Ocidental, onde fica o vulcão Rinjani, publicou um vídeo no sábado (28 de junho) admitindo a falta de estrutura durante a tentativa de resgate da jovem.
Ele informou que revisará os procedimentos de salvamento em futuros incidentes. Iqbal divulgou uma gravação intitulada “Carta aberta para meus irmãos e irmãs brasileiros”, na qual atribuiu o atraso no resgate à chuva persistente e à neblina densa, mas reconheceu que a região não dispõe de infraestrutura adequada para operações desse tipo.
O político destacou que a infraestrutura de segurança ao longo da trilha do Rinjani “precisa ser aprimorada, já que essa montanha deixou de ser apenas um destino de trilha para se tornar uma atração turística internacional.”
Fonte: g1 RJ
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