O recente julgamento de Sean “Diddy” Combs surpreendeu muitos ao resultar na condenação do rapper em apenas duas das cinco acusações. O veredito gerou revolta e discussões na web, com parte do público apontando fatores como machismo e impunidade. Durante as semanas de julgamento, um elemento em particular chamou a atenção: o papel da moda e do dinheiro na relação de Diddy com uma das figuras centrais do caso.
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O depoimento de “Jane Doe” e a tensão no tribunal
Uma ex-namorada de Diddy, que testemunhou sob o pseudônimo “Jane Doe”, foi crucial para o julgamento. Durante o interrogatório da defesa do rapper, houve um momento de tensão quando ela foi questionada sobre supostas bolsas de luxo das grifes Chanel e Bottega Veneta que teria recebido. O casal se relacionou entre 2021 e 2024. No depoimento, Jane mencionou que sentia que Diddy presenteava outras mulheres.
A advogada de defesa, Teny Geragos, questionou: “Não, eu só fiquei traumatizada”. Geragos também perguntou o custo de uma bolsa Bottega Veneta, que tem uma média de preços a partir de US$ 1,1 mil. A resposta de Jane foi contundente: “Quanto custa o meu corpo?”.
Apoio financeiro e a complexidade das relações
Ao detalhar sua relação com Diddy, Jane também relatou ter ganhado um colar da joalheria Van Cleef & Arpels e revelou que o rapper ainda paga o aluguel de sua casa, no valor de US$ 10 mil. Esses detalhes, assim como os itens de moda presenteados, podem ter contribuído para a reviravolta no caso, que repercutiu mundialmente.
É crucial entender que, em casos como este, questionar por que a vítima permaneceu em uma relação problemática pode alimentar uma retórica machista e simplista, que desresponsabiliza o agressor. Relações marcadas por dependência financeira e acesso a bens materiais muitas vezes podem envolver abusos e violências por parte do parceiro provedor, que usa os recursos oferecidos como justificativa para comportamentos problemáticos.
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Detalhes do veredito e futuro de Diddy
Preso desde setembro de 2024, Diddy foi acusado de cinco crimes e julgado por semanas. Ele foi inocentado das acusações de conspiração para extorsão e de tráfico sexual de Cassie Ventura e “Jane Doe” (pseudônimo), por falta de provas. Contudo, foi condenado por transporte para prostituição das duas mulheres e outros.
O pedido de fiança da defesa do rapper foi negado pelo juiz na quarta-feira (2 de julho). Dessa forma, Diddy permanecerá preso até a audiência que determinará o tempo de sua pena.
Fonte: Metrópoles Redigido por ContilNet.