Alberto Marçal, pai da assessora jurídica Juliana Chaar, de 36 anos, morta após ser atropelada em frente à casa noturna Dibuteco, participou na quarta-feira (2) de uma reunião emergencial sobre o combate ao feminicídio e à violência contra as mulheres. O encontro foi promovido por movimentos sociais com apoio do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC).

O pai da assessora falou sobre o caso/Foto: Reprodução
Muito abalado, Marçal afirmou que a filha foi vítima de um sistema que reforça a violência de gênero e desrespeita a vida das mulheres. “Estamos devastados com a situação, com a agressão, com o descaso. A violência está demais, agrediram Juliana e, não satisfeitos, passaram com um carro por cima dela”, declarou.
Durante a reunião, ele também cobrou das autoridades o cumprimento do mandado de prisão contra o suspeito do crime, Diego Luiz Gois Passo. “Eu quero que a polícia procure prender e não ouvir a defesa. Nada justifica a violência absurda, bruta e macabra que a minha filha sofreu, e acho que a população deve se unir porque agora foi a Juliana e amanhã pode ser outra”, disse o pai da vítima em entrevista ao site Portal Acre.
A conselheira do TCE-AC, Naluh Gouveia, se solidarizou com a família e repudiou a banalização da violência. “Antigamente, nós tínhamos problemas, mas hoje há uma banalização da violência. Fica como se fosse só mais uma, vira um número. Nós não somos números, estatísticas, somos pessoas”, afirmou.
Naluh também criticou os comentários que relacionam o feminicídio ao local frequentado pela vítima e defendeu o direito das mulheres à livre circulação. “Quem gosta de ir para o bar, vá. Quem gosta de ir para a igreja, vá. Quem quer ficar em casa, fique. Nós temos o direito de ir e vir para qualquer canto, não pode ser demarcado espaços para as mulheres. A minha sensação é que estamos retrocedendo”, concluiu.