Trânsito mais seguro começa com motoristas aptos: papel do exame toxicológico vai além da fiscalização

Teste ajuda a detectar uso de substâncias e contribui para um tráfego mais responsável

A segurança no trânsito não depende apenas da sinalização adequada, da manutenção dos veículos ou das condições das vias. Um fator determinante é o comportamento dos motoristas, em especial dos profissionais que atuam no transporte de cargas e passageiros. 

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Nesse cenário, o exame toxicológico obrigatório tem papel essencial ao identificar o uso de substâncias psicoativas que podem comprometer a atenção, a capacidade de reação e o julgamento dos condutores. Mais do que um requisito legal, o teste atua como ferramenta preventiva de acidentes e uma barreira contra riscos invisíveis.

Uma exigência legal com impacto preventivo

Previsto pela legislação brasileira, o exame toxicológico é exigido para condutores das categorias C, D e E, que dirigem veículos de maior porte, como caminhões, ônibus e vans. A exigência se aplica tanto na obtenção quanto na renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, mais recentemente, passou a contar com um reforço: motoristas dessas categorias devem comprovar, a cada dois anos e meio, a realização do teste, mesmo que a CNH ainda esteja válida.

O objetivo é detectar o uso de substâncias como maconha, cocaína, anfetaminas, entre outras drogas que permanecem no organismo por períodos prolongados. O exame é feito por meio da análise de fios de cabelo ou pelos corporais, com capacidade de identificar o uso contínuo de drogas nos últimos 90 a 180 dias. 

Ao contrário do teste de bafômetro, que aponta consumo recente, o toxicológico revela um padrão de comportamento, o que permite às autoridades acompanhar a aptidão de motoristas para conduzir com segurança.

Proteção para todos: motoristas e sociedade

Além de seu caráter fiscalizador, o exame toxicológico atua como filtro de entrada para a atividade profissional no volante. Ao exigir que os condutores estejam livres de substâncias que afetam a cognição e os reflexos, o teste favorece a preservação de vidas nas estradas e nas cidades. 

Isso se torna ainda mais relevante em um país onde o transporte rodoviário responde por grande parte dos deslocamentos e onde motoristas de caminhão, por exemplo, enfrentam longas jornadas que podem levar ao uso de drogas como estimulantes.

Necessidade de informação

O cumprimento da exigência ainda enfrenta desafios. Muitos motoristas alegam desconhecimento das novas regras ou dificuldade de acesso aos laboratórios credenciados. O não cumprimento pode resultar em multa de quase R$ 1.500, além de pontos na carteira e impedimento para renovar a CNH.

O exame toxicológico é uma medida de saúde pública. Ele ajuda a proteger os condutores, os passageiros, pedestres e demais usuários das vias. O teste reforça a ideia de que dirigir é um ato de responsabilidade que exige plena capacidade física e mental, condição incompatível com o uso de entorpecentes.

A construção de um trânsito mais seguro passa por múltiplas frentes, e o exame toxicológico é uma delas. Ao ir além do aspecto legal e se consolidar como medida de prevenção e cuidado, o teste colabora para a formação de um ambiente viário mais confiável. 

Em um país com alto índice de acidentes, medidas como essa fazem diferença. Por isso, motoristas das categorias C, D e E devem se manter informados e, sempre que necessário, pesquisar onde fazer exame toxicológico para garantir o cumprimento das exigências e a própria segurança.

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