O município de Brasileira, no interior do estado do Acre, passou pela maior enchente da sua história, com o rio superando a marca de 15,55 metros, do ano de 2015, e mesmo após o nível das águas abaixar, cerca de 100 pessoas seguem desabrigadas, sem ter para onde voltar.
Muitas residências se tornaram inabitáveis, sendo condenadas pela Defesa Civil do município, outras desabaram ou foram destruídas pela enchente. Por volta de 80% do município foi atingido neste ano de 2024.
O contingente de pessoas está atualmente distribuído entre cinco escolas, onde recebem assistência e alimentação, além de serem cadastrados no programa de aluguel social.
Em entrevista ao g1, Ivone Figueira conta que não poderá voltar para sua casa, que foi financiada e continua pagando as parcelas. “Desde que a água baixou e eu fui lá na minha casa, foi uma equipe (da prefeitura) comigo limpar e foi verificado que na parte de madeira não tem como eu voltar pra dentro. Eu tive que ficar aqui esperando”, explica ela, que completa 17 dias no abrigo.
Figueira enfrenta também um problema de saúde, o que agrava as dificuldades enfrentadas no momento. “Eu não posso fazer nada, né. Eu não posso mexer os braços porque tô cirurgiada e é muito complicado. Aí eu tô aqui com o que sobrou, junto com meu filho de 13 anos”.
Alan Rodrigues, morador do mesmo bairro, também foi afetado e segue desalojado. “Se a gente entrar pra dentro a casa cai em cima da gente, tá muito perigoso. Não sei pra onde vou, mas Deus está aí”, disse o homem, que está a 20 dias no abrigo.
Ele ainda afirma que não vê outra solução, a não ser construir outro local para morar. “Daqui uns tempos eu vou ter que construir outra casinha, porque não tem outra opção, vou ter correr atrás”, diz ele.
Ivone Figueiredo revela que pensa sim em conseguir uma moradia mais digna, a fim de não passar novamente por problemas como o deste ano, com a enchente. “Espero ter uma melhor moradia, pra gente não ter que ficar correndo assim, acabando com o pouco das coisas que temos, porque tudo que a gente constrói é com sacrifício, quem ganha um salário mínimo sabe”, encerra ela.
Com informações do g1 Acre