No Dia Internacional da Síndrome de Down, juíza de Direito lança livro sobre o assunto

Mãe de uma criança com a Síndrome, magistrada e parcerias esclarecem que Síndrome não é doença; IBGE diz que nascem por ano no Brasil cerca de 300 mil brasileiros com essa condição

Na data em que está no calendário de celebrações da Organização das Nações Unidas desde 2012 institui o Dia Nacional e Internacional da Sindrome de Down, neste 21 de março, no Acre, a juíza de Direito Kamylla Acioli, juntamente com a pedagoga Claudia Rêgo e a fisioterapeuta Mônica Manhoni, lançam o livro “Guia dos Direitos da Pessoa com T21 (Síndrome de Down)”. Kamylla Acioli é juíza titular da comarca do município de Capixaba, interior do Acre, e mãe de uma criança com a Sindrome.

A proposta da obra é esclarecer, de forma simples, para as famílias e à sociedade, as principais dúvidas sobre a síndrome, que não pode e não deve ser caracterizada como doença.

Juíza de Direito Kamylla Acioli/Foto: Reprodução

De acordo com a magistrada, “o livro não foi inspirado somente na letra fria da lei”. Segundo ela, a publicação “oferece um olhar de mãe sobre o assunto, não só uma visão profissional”. A autora também contou quais foram suas motivações para desenvolver a produção e assim, destacou o papel crucial da sua filha, Maria Luíza, de três anos.

Diferente de outros manuais práticos, com inúmeros termos técnicos e normativas, as autoras planejaram adentrar no assunto de forma simples e acessível para todos. Por isso, a obra segue uma linha cronológica, desde o nascimento até a velhice. Neste percurso, os principais direitos da pessoa com Síndrome de Down são apresentados, em especial na área da educação e saúde.

Dia 21 de março é celebrado Dia Nacional e Internacional da Sindrome de Down/Foto: Reprodução

“Nós passamos pelo direito da amamentação, alimentação, reprodução, aposentadoria, trabalho, lazer, cultura. Referente à educação, respondemos às dúvidas mais corriqueiras, como escola inclusiva e plano de aula individual. Depois, tratamos da área da saúde, com um olhar voltado às diretrizes do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre a Síndrome de Down. Fechamos o guia com um capítulo dedicado à reflexão, para os pais, operadores e profissionais, trazendo alguns pontos a serem pensados”, relata a juíza.

Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down está inserido no calendário mundial desde 2012, mas só foi inserido no Brasil no ano passado, após aprovação do projeto de lei do ex-senador e atual deputado federal Lindbergh Faria (PT-RJ). De acordo com a ONU, a data tem o objetivo de conscientizar a população e de quebrar o estigma social em relação a pessoa com a síndrome.

A síndrome de Down é uma condição genética que causa alteração no cromossomo 21 das células, fazendo com que existam três cromossomos no lugar de dois. A data de comemoração não foi escolhida por acaso. O dia 21 de março faz analogia à chamada trissomia do 21.

A Síndrome de Down, no entanto, não é uma doença. Segundo o IBGE, cerca de 300 mil brasileiros nascem por ano com essa condição.

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