Após a sucuri Ana Júlia, considerada um símbolo da região de Bonito (MS) e chamada de rainha do Rio Formoso, ser encontrada sem vida, a Polícia Civil do estado, com o apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA), investiga a causa do morte do animal.
Com mais de 7 metros, a cobra foi encontrada em estado de putrefação e vai passar por perícia. O caso foi denunciado por meio das redes sociais pelo documentarista de vida selvagem Cristian Dimitrius, que filma cobras na região de Bonito há cerca de 10 anos. Foi ele quem encontrou o animal morto.
A sucuri Ana Júlia é a mesma que viralizou em um vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk. A identificação da serpente também foi confirmada pela especialista em sucuris e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Juliana Terra, que acompanhava a cobra há oito anos em estudos.
Veja o que falta esclarecer sobre o caso da sucuri
Após denuncias nas redes sociais, uma equipe da PMA se deslocou até Bonito (MS), onde foi constatado que o animal estava morto e em estado de putrefação. Durante levantamentos iniciais, os agentes não localizaram perfurações ou indícios de que a cobra tenha sido morta a tiros.
Também deve ser realizada uma perícia para a constatação da causa da morte de Ana Julia. Caso haja um responsável pela morte do animal, ele poderá responder por crime ambiental, que tem pena de detenção que varia de 6 meses a um ano, além de ter que pagar uma multa que pode chegar a R$ 500 mil.
Após a perícia, o corpo da cobra será levado para Campo Grande (MS), onde passará por um processo de embalsamamento, metodologia que preserva a aparência e as características do animal.
De acordo com o comandante da PMA, coronel José Carlos Rodrigues, após embalsamada, a cobra integrará o acerco de animais taxidermizados da Polícia Militar Ambiental e fará parte das exposições realizadas pela corporação.
Repúdio
Em nota, a prefeitura de Bonito lamentou a morte da sucuri e informou que acompanhará as investigações do caso.
“A Prefeitura de Bonito manifesta total repúdio pelo ocorrido com a Sucuri ‘Ana Júlia’ em nosso município.
A relevância de um animal desse porte nas nossas áreas mostram o quão equilibrado o nosso ambiente está, porque um ambiente para suportar um animal topo de cadeia, como uma sucuri de quase 7 metros, precisa estar no mínimo equilibrado e essa atitude pessoal, de alguém que cometa um ato como este, é totalmente desprezível e vai contra tudo aquilo que a gente trabalha para em prol do meio ambiente.
Então esperamos que as autoridades competentes consigam identificar os autores e punir os culpados”.