Começa o julgamento do TRE do Paraná que deve cassar mandato do senador Sérgio Moro

Ex-juiz da Lava Jato, que condenou Lula à prisão, é acusado de abuso de poder econômico para se eleger na campanha de 2022

Começa nesta segunda-feira (1º), com possibilidade de se estender até o dia 3 (quarta-feira), em Curitiba,  o julgamento sobre a perda ou não do mandato do senador Sérgio Moro pelo Tribunal Regioal Eleitoal do Paraná (TRE-PR).

No domingo (31), um dia antes de o julgamento ser iniciado, um advogado do PL (Partido Liberal) divulgou, nas redes sociais, um vídeo defendendo e justificando a cassação do mandato do senador. Moro, o ex-juiz da Operação Lava Jato e responsável direto pela prisão do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais de 500 dias na cadeia, em Curitiba, responde à acusação de abuso de poder econômico na campanha de 2022. Gastos na campanha e na pré-campanha teriam, segundo a acusação, chegado a três vezes o limite legal permitido.

Sergio Moro, ex-juiz e senador eleito pelo Paraná
SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

O advogado Guilherme Ruiz Neto, que representa o PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, na ação contra o ex-juiz, divulgou, nas redes sociais, o vídeo onde aponta as razões que acredita garantir a cassação do senador e torná-lo inelegível por oito anos. 

No vídeo, o advogado aponta que o ex-juiz gastou mais de R$ 12 milhões entre a pré-campanha e a campanha para o senado pelo Paraná nos dois partidos em que esteve, Podemos e depois pelo União Brasil (legenda que o elegeu senador) enquanto o limite de gastos para o cargo que concorreu era de apenas R$ 4,5 milhões.

Para Ruiz, a cassação de Moro é necessária para mostrar que “a lei vale para todos”, até mesmo para ex-juízes e lembra o caso da ‘Moro de Saias’, como ficou conhecida a ex-juíza Selma Arruda (Podemos), que foi eleita senadora pelo Mato Grosso, em 2018, mas teve o mandato cassado, entre outras acusações, por abuso de poder econômico, mesmo crime atribuído a Moro.

Mesmo que cassado pelo Tribunal Regional, o senador Sérgio Moro só deixa o parlamento após a ação ser apreciada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que o julgamento de Curitiba seguirá para Brasília. 

No bolão de apostas do meio jurídico a cassação do ex-juiz é dada como certa, restando apenas ainda a dúvida se a cassação vai acontecer apenas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou já no Paraná, Estado onde Moro sempre atuou e onde tem fortes relações no meio jurídico, em especial após o destaque adquirido depois da Operação Lava Jato.

O advogado Gustavo Guedes, queatu na dfesa do senador, disse que “A defesa prefere não falar em respeito a profundidade do julgamento, mas não vai entrar no mérito, o que está dito já está no processo”.

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