Jorge Viana fala pela 1ª vez sobre suposta utilização da Apex em golpe tramado por Bolsonaro

General Lorena Cid teria utilizado servidores e recursos da agência para tentar impedir a posse de Lula na presidência e continuidade do governo derrotado

Uma semana após o portal Uol ter noticiado o uso da estrutura da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), na gestão do general Lourena Cid, ter sido utilizada para apoiar a tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro, o diretor-presidente da instituição, Jorge Viana, resolveu falar sobre o assunto.

Jorge Viana em entrevista para a revista Exame/Foto: EXAME/Exame

“A Apex Brasil aguarda o resultado desse procedimento para tomar as providências que se fizerem necessárias. Da mesma forma, espera também as conclusões das investigações em curso conduzidas pela Polícia Federal”, diz nota da agência assinada pelo ex-governador e ex-senador pelo Acre.

A Polícia Federal revelou que vai ouvir três funcionários do escritório da Apex em Miami, nos Estados Unidos, para prestarem esclarecimentos sobre possíveis desvios de conduta praticados pelo general da reserva Mauro Lourena Cid, chefe do local no governo de Jair Bolsonaro.

As oitivas serão realizadas na próxima semana na sede da agência, em Brasília, por uma comissão interna instaurada para apurar as suspeitas sobre Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens da Presidência. Procurada pelo Estadão, a defesa do general disse que não tem nada a declarar sobre o caso.

O site UOL publicou na terça-feira (2) que o então chefe do escritório em Miami teria usado a estrutura da agência para apoiar articulações golpistas e participar de acampamento no Quartel-General do Exército contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2022. A ApexBrasil confirmou o nome dos três funcionários: Michael Rinelli e Paola Bueno, que ocupam cargos de analistas, e Fernando Spohr, atual chefe do escritório em Miami. Eles serão os primeiros ouvidos pela comissão de apuração, que ainda deve ouvir mais funcionários sobre a suposta atuação golpista de Lourena Cid.

Ainda não há definição sobre o que será feito com o resultado da apuração interna, podendo provocar o afastamento dos funcionários a depender da gravidade do que for apurado. Segundo a reportagem do UOL, Cid teria voltado a Miami para apagar informações de equipamentos eletrônicos da Apex mesmo após deixar o cargo.

Após a publicação da notícia, a agência divulgou uma nota oficial, informando que Jorge Viana, atual diretor, tomou conhecimento de possíveis desvios de conduta na gestão do general Lourena Cid em março e que, em reunião com a diretoria executiva”, decidiu determinar rigorosa apuração interna sobre as informações”.

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