Assim que desembarcar em Rio Branco, na sua terceira visita ao Acre em pouco mais de 14 meses de Governo, o ministro do Desenvolvimento Regional ( MDR), Waldez Góes, vai receber em mãos um decreto de emergência assinado pelo prefeito da Capital Tião Bocalom, no serviço de abastecimento de água potável.
O ministro vem ao Acre com outros membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo menos seis governadores estaduais para participar de um seminário sobre governança que se realiza em Rio Branco nesta terça-feira (9), tendo o governador Gladson Cameli como anfitrião.
De acordo com Tião Bocalom, que assinou o decreto de emergência em seu gabinete nesta manhã de segunda-feira (8), o ministro não receberá apenas o documento emergencial.
“Vamos apresentar um plano emergencial com um pedido de socorro para que o sistema de captação de água em Rio Branco não seja colapsado”, disse o prefeito. “Este é um documento que eu gostaria de não ter assinado”, acrescentou.
A ameaça de colapso na captação de água em Rio Branco foi comunicada ao prefeito pelo diretor-presidente do Serviço de Águas e Esgotos de Rio Branco ( Saerb), Enoque Pereira. O diretor do Saerb informou que, no último final de semana, uma movimentação de solo com desbarrancamento nas proximidades do serviço de captação da ETA (Estação de Tratamento de Água) II no bairro da Sobral, próximo à quarta ponte sobre o Rio Acre ameaçou todo o sistema.
“É a quarta vez que somos obrigados a promover uma intervenção no local e desta vez a situação é de fato muito grave e por isso seremos obrigados a recorrer ao Governo Federal”, disse Bocalom.
Segundo ele, quando a Prefeitura assumiu a gestão da captação e distribuição de água potável em Rio Branco, a situação já era problemática. “Com o tempo, foi ficando pior e, com as últimas enchentes, o que já era ruim, por causa de administrações municipais anteriores, ficou bem pior”, acrescentou o prefeito.
Segundo ele, nos pedidos ao ministro Waldez Góes, haverá a solicitação emergencial para a aquisição de bombas cujas despesas iniciais são orçadas em até R$ 14 milhões. “Essas bombas não são encontradas em prateleiras, para pronto-entrega. Por isso, algumas coisas têm que ser fabricadas. É necessário esperar algum tempo”, acrescentou Bocalom.
O prazo do decreto emergencial é de 180 dias. De acordo com a direção do Saerb, o sistema de água em Rio Branco está sob ameaça e se entrar em colapso, 60 por cento da cidade fica sem água, o que inclui praticamente todo o Segundo Distrito de Rio Branco e bairros do Primeiro, como Calafate, Esperança e Floresta Sul – todos podem ficar sem o produto.
” Eu peço que as pessoas procurem economizar água e que evitem desperdício. Além do trabalho emergencial que estamos fazendo, continuamos com o projeto de perfuração de poços na cidade para termos uma alternativa além do rio Acre, que vem sofrendo seguidas emergências climáticas”, afirmou Bocalom.