Os secretários de Estado Jonathan Donadoni, da Casa Civil, e Ricardo Brandão, do Planejamento, homens da mais absoluta confiança do governador Gladson Cameli, foram vistos, na noite desta segunda-feira (8) deixando a sede da Prefeitura de Rio Branco após uma longa reunião com o chefe do executivo municipal, o prefeito Tião Bocalom, que é candidato à reeleição.
Eleito pelo PP (Partido Progressistas), mesmo partido de Gladson Caneli, mas forçado a sair da sigla pela direção municipal em função da apresentação do então secretário de Governo Alysson Bestene como nome do PP para a disputa nas eleições deste ano, Bocalom filiou-se ao PL numa articulação que envolveu desde o senador Marcio Bittar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que veio ao Acre especialmente para assinar a ficha de adesão do prefeito ao Partido.
A aproximação de Bocalom com a mais alta cúpula do PL teria acendido o sinal de alerta dentro do Palácio Rio Branco, que deixou de ver a candidatura de Tião Bocalom como uma espécie de azarão e a partir daí aumentaram as especulações de que a candidatura de Alysson Bestene poderia ser retirada para uma composição. Uma hora fala-se que a composição seria com o PP de Gladson Cameli ou com o MDB de Marcus Alexandre, em cujas candidaturas o governador indicaria o vice, exatamente Alysson Bestene, que funcionaria, no caso, com seu curinga no jogo de baralho em que virou, no momento, a composição para a montagem de chapas que vão concorrer às eleições de 2024.
Enquanto Marcus Alexandre recebeu o apoio formal do PSD do senador Sérgio Petecão, Tião Bocalom recebeu o apoio do União Brasil, cujo presidente do diretório municipal, deputado federal Fábio Rueda, teria a intenção de indicar o vice do atual prefeito e candidato à reeleição. Bocalom não tem manifestado preferência por nomes nem por siglas.
A conversa de hoje à noite com secretários de Governo e homens de confiança de Gladson Cameli oficialmente seria para tratar de obras públicas a serem construídas na capital de forma conjunta pelo Governo e a Prefeitura. Nos bastidores, embora o prefeito nem seus assessores falem sobre o assunto, o que se sabe é que os secretários estão de fato numa prospecção política que poderá resultar no apoio do Governo do Estado, via Gladson Cameli, a Tião Bocalom.
Para quem acha que o governador do Estado não se envolveria diretamente nas eleições municipais, a pré-campanha no município de Brasiléia, é um bom exemplo de que Gladson Cameli está mais dentro do que se imagina no que diz respeito à articulação das eleições municipais. Em Brasiléia, mesmo contrariando a deputada federal Socorro Neri, presidente do diretório municipal e que era contra a adesão da prefeita Fernanda Hassem, o governador impôs sua liderança e garantiu a filiação da nova aliada e de sua candidata à própria sucessão.