Após enfrentar o luto pela perda de sua avó, Rafael Silvério mergulhou em reflexões sobre nostalgia e envelhecimento, inspirando-se para criar uma coleção especial que marca os 10 anos de sua marca.
Com referências que vão desde o clássico filme “Morangos Silvestres” (1957) de Ingmar Bergman até a definição de sublime de Emmanuel Kant, que descreve o estado subjetivo de temor e admiração diante da grandiosidade da natureza, Silvério montou um mural de inspirações que transborda significado.
Pela primeira vez em sua carreira, o estilista apresenta uma linha de trajes cerimoniais voltados para o público LGBTQ+, destacando seus códigos de design mais marcantes, como o corte no viés, tecidos drapeados e alfaiataria espiralada.
Os tecidos fantasia, que trazem uma dose de drama ao minimalismo urbano que a marca é conhecida, ganham destaque, oferecendo uma paleta de cores que inclui blue jeans, preto empoeirado, branco, camelo, marinho e rosa.
Com uma abordagem artesanal, Silvério trabalha com técnicas de ateliê em uma base de sarja e algodão empapelado, além de explorar a camisaria com fibra de bambu, criando peças que combinam casualidade e construção elaborada.
A coleção também apresenta camisetas estampadas com instrumentos de música negra, enquanto um broche único combina elementos do hip hop dos anos 80 com a Clave de Fá, utilizada em instrumentos como contrabaixo, violoncelo, fagote e trombone.
A influência da música vai além das roupas, refletindo-se também na beleza da coleção. Inspirado pela maquiagem icônica da cantora Sade e pelos acessórios de cabeça com penas do vestido de noiva de Whitney Houston, Silvério adiciona um toque de glamour e expressão artística à sua última criação.
Com essa coleção, o estilista não apenas celebra uma década de sua marca, mas também mergulha nas profundezas da experiência humana, explorando temas universais como nostalgia, envelhecimento e a busca pela beleza e significado na vida.
Veja imagens do desfile com o jornalista Douglas Richer do site ContilNet e TV Rio Branco, afiliada Cultura no Acre: