“Só de teimosia, Padilha vai ficar muito tempo nesse cargo”, diz Lula

Lula participou nesta 6ª feira da inauguração da sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo

São Paulo — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), nesta sexta-feira (13/4), durante evento na capital paulista, e disse que ele ficará “muito tempo” no cargo “só de teimosia”.

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Padilha tem sido duramente criticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que o chamou de “incompetente” e “desafeto pessoal” na quinta-feira (11/4), ao ser questionado sobre os votos de aliados contra a prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco.

Durante discurso no evento de inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo, Lula disse que a missão de Padilha como articulador do governo no Congresso “é um trabalho muito difícil”, e que após um período de lua de mel, o ministro enfrenta a “fase da cobrança”.

“Esse é o tipo de ministério que a gente troca a cada seis meses, para que o novo [ministro] faça novas promessas. Mas, só de teimosia, o Padilha vai ficar muito tempo nesse cargo, porque não tem ninguém mais preparado para lidar com a adversidade dentro do Congresso Nacional do que o companheiro Padilha”, disse Lula na Anfavea.

Além de Padilha, participaram do evento o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).

Nesta sexta, Padilha negou “qualquer rancor” após ser criticado por Arthur Lira. Na chegada a um evento no Rio de Janeiro, o ministro disse que não iria “descer a esse nível”. “Não tem qualquer tipo de rancor. Sobre rancor, a periferia da minha cidade produziu a grande figura, o Emicida. Ele diz: ‘Mano, rancor é igual a tumor, envenena a raiz, quando a plateia só deseja ser feliz’”.

“Não vou desviar meu foco de forma nenhuma, tenho alegria de ser ministro da coordenação política, tenho a honra de ser parlamentar eleito por São Paulo. Que a gente se concentre na agenda do país; não tem rancor”, completou Padilha.

O ministro disse que não responderia sobre sua competência e deixaria “as palavras do presidente Lula”. Na noite de quinta, Padilha publicou um vídeo do chefe do Executivo o elogiando em evento na quarta-feira (10/4).

“Sou filho de uma alagoana arretada, que sempre disse: ‘Meu filho, se um não quer, dois não brigam’. Aprendi a fazer política com o presidente Lula, política com civilidade. Vejo a relação do governo Executivo com o Congresso como uma dupla de sucesso no ano passado”, reiterou Padilha.

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