A população está de “saco cheio e ninguém aguenta mais” a polarização. Essa é a opinião do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e foi expressa durante evento com empresários, realizado nesta segunda-feira (22/4), na capital paulista.
Questionado sobre o tema, o governador observou que “chega uma hora que a corda estica tanto que arrebenta”. “Tem muita gente incomodada com o que está acontecendo em várias esferas”, disse. “E se a gente não entender o que quer como sociedade, não apontar o caminho, a gente não vai crescer, não vai prosperar e vai continuar perdendo oportunidades.”
Na avaliação de Tarcísio, porém, o “Brasil vai sobreviver ao que está acontecendo agora”. “A gente tem hoje um grupo de centro-direita mais bem preparado, que aprendeu com os erros e sabe como colocar o Brasil num caminho de prosperidade, de liberdade econômica, pró iniciativa privada”, afirmou. Para ele, esse é um “caminho que vai fazer política social com mais inteligência”. “Até porque, para fazer política social, tem que ter recurso e, para ter recurso, tem que ter apreço pelo fiscal”, disse.
A saída da polarização, disse o governador paulista, não é uma responsabilidade apenas “dessas duas personalidades políticas que estão aí em atividade”, referindo-se a Lula e Bolsonaro. “É responsabilidade de todos”, afirmou, incluindo o Judiciário, o que inclui o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e a mídia.
Críticas a Lula
No evento, em que participou ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, Tarcísio também criticou o governo Lula. “Aquilo que a gente conquistou está perdendo e perdendo rápido”, disse. “[O governo] não faz o exercício que deveria fazer em termos de redução de despesa. Estamos tentando equilibrar as contas por meio do aumento de receita e, quando quer aumentar receita, escolhe a via da tributação da renda. Ora, o capital é inteligente. Se a gente quer tributar renda tem que entender que o dinheiro vai ser realocado, que vai haver erosão de base.”
Ele observou que, “pela fórmula do arcabouço”, a despesa de 2025 será calculada com base na receita de 2024. “Só que essa receita vai perder potência, então, a gente vai começar a aumentar o fosso, aumentar o fosso e isso vai prejudicar o país”, afirmou. “O próprio Banco Central em algum momento vai ter dificuldade, porque não existe política monetária sem âncora fiscal. E vamos travar o crescimento. A gente está preso a armadilha de baixo crescimento.”
Elogios a Bolsonaro
Tarcísio concordou com Caiado ao afirmar que o maior líder político da atualidade no Brasil é o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político. “Ninguém consegue gravar um vídeo e botar 700 mil pessoas na Paulista. E detalhe: ele diz ‘não levem cartazes”. Chega lá não tem um cartaz”, disse o governador de São Paulo, acrescentando: “Ninguém tem tanto carisma, ninguém consegue mobilizar tantas pessoas, ninguém consegue estabelecer um movimento como Jair Bolsonaro conseguiu. É um cara que tem de ser estudado, é um fenômeno e o maior líder brasileiro.”