No site do plano de saúde “Unimed”, na aba “Missão e Visão”, está escrito que eles visam cooperar com qualidade de vida de seus beneficiários através da prevenção e assistência à saúde. Contudo, em conversa ao ContilNet neste sábado (27), a professora Alessandra Pinheiro, de 52 anos, diz o contrário, após inúmeras tentativas de obter um tratamento médico eficaz com a instituição e continuamente ter retornos negativos.
“Há muitos anos, eu faço o acompanhamento anual de nódulos mamários bilaterais. Antes, eu tinha uma mastologista, que é referência em Rio Branco. Geralmente, pelos meses de março e abril eu retorno para a consulta anual para os exames que eles solicitam”, explica.
Contudo, ano passado, ela foi informada que a parceria desta mastologista com a Unimed teria sido cancelada. Ela fala que ficou “desesperada”, pois ficou receosa de construir um vínculo com outro médico, embora tenha ido na consulta, com direito a desconto – que foi negado na próxima consulta.
Idas e voltas
Neste ano, ao ir fazer sua consulta, ela se deparou com uma situação embaraçosa. Ela não conseguia agendar o atendimento:
“Eu mandei mensagem pelo WhatsApp para agendar consulta e não obtive retorno. Eu liguei várias vezes pelo WhatsApp e não obtive retorno. Eu fui pessoalmente três vezes, no consultório dessa mastologista, que é credenciada, em nenhuma delas estava nem a profissional e nem a secretária. A gente deixava recado, ninguém retornava, a gente ligava e nada”, relata.
A professora é cliente há mais de 20 anos dos serviços da Unimed e teve que registrar uma reclamação, segundo o protocolo da empresa. O prazo de resposta, que é de cinco dias no regulamento, foi de 10 dias que a colocou em um dilema: ter sua consulta em um horário inapropriado por seu trabalho ou ser atendida apenas em agosto.
“Não é possível! A gente não pode mais se calar, ficar com a Unimed fazendo o que ela faz com a gente, que isso é uma humilhação. Você pagar um plano de saúde como eu pago. Há mais de 25 anos, eu sou beneficiário desse plano de saúde. E aí, quando a gente precisa de um especialista tem que passar por essa humilhação”, descreve Alessandra.
Burocracia
O acreano Hernandes Guerra Junior, de 42 anos, que tem um plano de saúde na modalidade de “intercâmbio” – atendimento oferecido pela Unimed de uma cidade a beneficiários de outras Unimeds – fala que usou serviços como terapia para ele e seu filho.
Embora tenha uma experiência mais branda que a da professora, ele reclama da burocracia envolvida nos processos:
“Precisou de um outro profissional e foram mais 40 dias até arrumar uma consulta com esse profissional, mesmo tendo aqui no quadro. Precisava do aval deles. Demorou 40 dias para eles autorizar no mais com relação a atendimento [na modalidade de intercâmbio]”, comentou.
Alessandra Pinheiro revela o que pensa destas posturas da Unimed em Rio Branco:
“Isso também se reverte em credibilidade para a prestadora de serviço. Então, eu não sei qual é o pensamento deles quando realizam esse tipo de atendimento ou tratamento, se estão dispensando isso sem se preocupar com responsabilidades, ou se é realmente falta de profissionalismo e visão de mercado”, diz.
Posicionamento da Unimed
A professora garante que “não conhece pessoa, que é beneficiária da Unimed, que não tem a reclamação” e fala da importância de reclamar e denunciar tal postura:
“Na verdade o que eu quero é que todas as pessoas que passam por essa situação não se calem. As pessoas têm que denunciar, porque a Unimed se sente tão segura em agir dessa forma, porque as pessoas só falam e reclamam, mas não oficializa essa reclamação”, finaliza a professora ao citar que protocolou uma reclamação na Agência Nacional de Saúde (ANS).
O ContilNet entrou em contato com a assessoria da Unimed em busca de coletar o seu relato diante das reclamações, porém, não obtivemos resposta. Um detalhe que chamou atenção foi a citação da onda de síndromes gripais que acontece na cidade – algo que não foi citado no contato:
“A Unimed Rio Branco, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e regras de compliance, esclarece que não comentará sobre queixas isoladas diante o cenário de síndromes gripais que podem ocasionar uma superlotação no atendimento de urgência e emergência”, declarou a instituição.