Cama “anti-sexo”? Entenda se atletas podem transar nas Olimpíadas

Saiba se os atletas são, realmente, impedidos de fazer sexo nas Olimpíadas; e entenda se transar é benéfico ou maléfico antes de competições

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, o boato das camas “anti-sexo” usadas pelo comitê nos dormitórios dos atletas começou a circular. As camas — as mesmas usadas em Tóquio 2020 — são feitas de papelão. Mas, afinal, os atletas olímpicos são, de fato, “proibidos” de fazer sexo durante a competição?

Viacheslav Peretiatko/Getty Images

É importante, primeiramente, ressaltar que o cunho de “anti-sexo” das camas foi dado como piada pelos próprios atletas. Segundo a fabricante utilizada em Tóquio, a Airwave, apesar da escolha pelo material ecológico, as camas são resistentes e não desmontariam mesmo se utilizadas durante atos sexuais, contanto que seja apenas com duas pessoas (ou seja, ménages e surubas seriam arriscados).

Em 2020, o ginasta irlandês Rhys McClenaghan chegou a gravar um vídeo pulando na cama para demonstrar a resistência do móvel. Além disso, não existe uma regra ou regulamento sobre os atletas não poderem fazer sexo entre as competições. Pelo contrário — o Comitê Olímpico Internacional (COI) disponibilizará 300 mil camisinhas para delegação, treinadores e equipe de suporte na Vila Olímpica dos Jogos de Paris.

Apesar disso, existem opiniões individuais que vão ao encontro da ideia de que o sexo deveria ser deixado de lado pelos atletas em ocasiões de concentração pré-competição. Um dos argumentos é sobre o gasto energético que transar na véspera de uma disputa poderia causar, diminuindo o rendimento do atleta.

De acordo com o atleta brasiliense de triathlon Thiago Canabrava, o sexo não causa desgaste suficiente para ser prejudicial, quando feito em um contexto responsável.

“No dia antes de uma competição, nós temos que priorizar o descanso. Se você descansar bem, de forma alguma o sexo vai te prejudicar. O problema é se ele vier junto com o consumo de álcool, festas, entre outras coisas”, explica o competidor.

Outra preocupação seria o foco e a concentração durante a prova, que poderiam ser atrapalhados com o ato sexual da véspera. Contudo, diversas pesquisas e estudos apontam que, pelo contrário, o sexo pode ser um aliado nessas questões.

Na opinião de Thiago, que já participou de campeonatos nacionais e internacionais, os benefícios são maiores do que os possíveis pontos negativos. “No esporte de alto rendimento, existe uma ansiedade muito grande na noite anterior e acho que as relações sexuais podem ajudar no relaxamento e no combate aos pensamentos ansiosos”, afirma.

Vale ressaltar que isso varia de acordo com a forma que cada pessoa lida com sexo.

“Tem toda uma questão de sabedoria e inteligência sexual. Se o sexo for algo saudável para a pessoa, tudo bem. Mas se for algo que traz ansiedade e medo, não”, explica a terapeuta sexual Luísa Miranda.

Além disso, a especialista também indica bom senso na hora da transa. “Às vezes, a pessoa pode optar por uma coisa mais selvagem ou um local mais perigoso. Isso pode causar desgaste e, dependendo, até lesões”, alerta.

Por outro lado, o mesmo sexo que vem a ser benéfico para os atletas se feito na noite anterior da prova, pode prejudicá-los se for praticado no dia da competição. “Se for no dia, sou contra. O sexo traz um relaxamento, uma moleza que não é interessante pouco tempo antes de uma prova”, finaliza Canabrava.

PUBLICIDADE