Tela de Leonora Carrington é leiloada por valor recorde de R$ 145,8 milhões

Recorde coloca Carrington 'entre as cinco artistas femininas mais valorizadas, à frente de homens como Max Ernst ou Salvador Dalí', segundo a Sotheby's

“As distrações de Dagoberto”, uma tela da artista inglesa naturalizada mexicana Leonora Carrington, foi vendida nesta quarta-feira em um leilão da casa Sotheby’s em Nova York por 28,4 milhões de dólares, um recorde para a pintora surrealista em um leilão.

Tela de Leonora Carrington é leiloada por valor recorde de R$ 145,8 milhões, 13 anos após a morte da artista — Foto: Reprodução

Após uma emocionante batalha de 10 minutos, envolvendo 6 pessoas fazendo lances, duas delas presentes na sala, o público irrompeu em aplausos quando o martelo do leiloeiro Oliver Barker anunciou a venda desta pintura, que a casa havia estimado entre 12 e 18 milhões de dólares.

Este recorde coloca Carrington (1917-2011) “entre as cinco artistas femininas mais valorizadas, à frente de homens como Max Ernst ou Salvador Dalí”, segundo a Sotheby’s.

A obra de Carrington é a segunda mais cara da noite dedicada à pintura moderna durante a semana de vendas de primavera. Foi precedida no pódio por um “Campo de Feno” do pintor impressionista francês Claude Monet, vendido por 34,8 milhões de dólares para um comprador asiático.

Outro destaque dos leilões foi o móvel “Blue Moon”, de Alexander Calder, vendido na sala por 14,3 milhões de dólares, também acima de sua estimativa de preço entre 7 e 10 milhões. É uma das poucas obras deste artista americano em mãos privadas e a primeira a aparecer em um leilão em 25 anos.

A casa do milionário franco-israelense Patrick Drahi realizou vendas de 235 milhões de dólares nesta quarta-feira, somando-se aos 234 obtidos na segunda-feira.

Na noite de terça-feira, na concorrente Christie’s, vítima de um ciberataque, foram alcançadas vendas de 115 milhões de dólares em arte contemporânea, incluindo peças da colecionadora de origem cubana Rosa de la Cruz, falecida em fevereiro em Miami.

A obra mais cara da casa sediada no edifício Rockefeller foi “A versão italiana do Popeye não tem carne de porco em sua dieta”, de Jean-Michel Basquiat, vendida por 32 milhões de dólares, embora longe do recorde do falecido artista nova-iorquino aos 27 anos em 1988, fixado em 110,4 milhões de dólares.

A pequena casa de leilões Phillips vendeu outro Basquiat por 46,5 milhões de dólares também na terça-feira, elevando o resultado das vendas nesta semana para 110 milhões de dólares, anunciou a sala.

As casas de leilão enfrentaram esta semana de vendas de primavera em um clima otimista após os bons resultados de Londres e Paris.

Esperam superar, até o final de 2024, os 14,9 bilhões de dólares do ano passado, que representaram uma queda de 14% em comparação com 2022, embora as transações online tenham aumentado 285%.

PUBLICIDADE