Em competição de fisiculturismo, pai de filho autista levanta bandeira da neurodiversidade

Gurgel conta que não entrou na competição com o intuito de ganhar, mas sim para se superar

O fotógrafo acreano Diego Gurgel, de 43 anos participou do V Campeonato de Fisiculturismo Acreano, que aconteceu no último domingo (19), no auditório da Livraria Paim.

Diego conquistou o quarto lugar na categoria Mens’s Physique, e aproveitou seu momento no palco para levantar a bandeira da neurodiversidade, causa muito defendida pelo fotógrafo.

Em sua página no Instagram, o fotógrafo explicou o que o motivou a participar do campeonato/ Foto: Clemerson Ribeiro

Em sua página no Instagram, o fotógrafo explicou o que o motivou a participar do campeonato, afirmando que ficou feliz pelo quarto lugar.

“São coisas excelentes e coisas sem importância, mas que também me motivaram. A boa foi essa coisa de que eu poderia fazer alguma coisa nova levando a palavra da neurodivergência, das pessoas com neurodiversidade”, disse.

Diego ficou em quarto lugar na sua categoria/ Foto: Clemerson Ribeiro

Diego Gurgel é pai do pequeno José, de seis anos, que tem o transtorno do espectro autista (TEA). Em suas redes sociais, o fotógrafo mostra seu dia a dia com o filho.

Gurgel conta que não entrou na competição com o intuito de ganhar, mas sim para se superar. “E nem fui para ser competitivo, eu fui para ganhar das minhas próprias fraquezas. Eu queria me provar, e foi o que eu fiz. Acho que fui o quarto lugar mais feliz da história daquele esporte, porque de fato me diverti, fiquei com medo e fiquei feliz”, ressaltou.

O fotógrafo iniciou seu preparo cerca de um mês antes da competição, com ajuda do treinador Alezy Lima e do fisioterapeuta André Torres, conseguindo, assim, ir além das limitações que acreditava ter.

“Participei na categoria master, que é acima de 40 anos. Decidi participar da competição há um mês atrás, quando estava na praia com a minha família. Me deu aquele insight, que o José aprendeu a andar com um ano, na praia, quando os médicos diziam que ele não ia conseguir andar direito até os cinco anos, e quando viu o mar, por um milagre saiu andando. E também tem a minha coluna. Tive um problema que me deixou acamado em 2020 e fiquei desacreditado”, revelou.

Diego conta que o apoio de sua esposa, a jornalista Juliene Ferreira, já que, segundo ele, a preparação para a competição mudou toda a rotina da sua casa.

“Mudou a rotina aqui de casa, de cozinha, de treinamento, e na minha opinião deu certo, pois não fui para ganhar, fui para levantar a bandeira da neurodiversidade, chamar a atenção para que a sociedade respeite as pessoas que estão nessa condição. Tudo que eu peço é respeito, igualdade e empatia pelos pais atípicos e pelas crianças e adultos que hoje sofrem com a invisibilidade, muitas vezes”, pontuou.

Veja o relato de Diego sobre sua participação no evento:

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