A violência com a qual um carro de luxo atingiu, durante um racha com outro automóvel, a moto em que Maria Graciete Alves da Silva, de 36 anos, estava na garupa foi tão forte que a perna dela foi arrancada na hora por um dos Mercedes-Benz envolvidos na corrida ilegal.
Os ocupantes dos dois carros fugiram, sem prestar socorro às vítimas, após a colisão ocorrida por volta das 21h dessa segunda-feira (20/5), em Barueri, na Grande São Paulo. Os proprietários dos veículos de alto padrão já foram identificados pela Polícia Civil.
Maria e a perna amputada pelo carro foram encaminhadas para o Hospital Geral de Barueri (HGB), onde a mulher permanece internada. O condutor da moto de aplicativo onde ela estava, Arlison da Silva Correia, 32, está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da mesma instituição de saúde, após uma hemorragia cerebral ser identificada em uma tomografia.
Em seu boletim mais recente, enviado ao Metrópoles na tarde desta terça-feira (21/5), o hospital de Barueri explicou que um dos carros envolvidos no racha provocou “uma amputação traumática” na perna da mulher. A unidade de saúde acrescentou que não há possibilidade de reimplante do membro, por causa do “esmagamento ósseo, da perda de vasos sanguíneos e da ausência de corte uniforme”.
Maria também está na UTI do HMB, respirando sem ajuda de aparelhos, sob supervisão de uma equipe médica especializada.
O motoqueiro que a conduzia em uma viagem, solicitada por meio de um aplicativo de transporte de passageiros, poderia ser transferido para outro hospital, para a eventual realização de uma cirurgia.
“Em choque”
Um trecho da corrida ilegal, realizada na Alameda Rio Preto, foi captado por uma câmera de monitoramento (assista abaixo).
“Meu irmão estava em choque, depois de ver que a moça perdeu a perna. Mas, fisicamente, estava aparentemente bem, quando chegou no hospital. Mas depois que saiu o resultado da tomografia que ele fez, já correram com ele para a UTI. Aí não conseguimos mais falar com meu irmão”, explicou ao Metrópoles o engenheiro Almir da Silva Correia, irmão mais velho do motoqueiro.
O engenheiro acrescentou que o irmão ficou traumatizado. “Ele está muito abalado. Não parava de falar ‘a menina perdeu a perna’. Ele ficou falando a todo momento no assunto”. Arlison trabalha como motoqueiro de aplicativo no período noturno, há pouco mais de um ano.
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Até a publicação desta reportagem, os ocupantes dos carros envolvidos no racha não haviam sido localizados pela Polícia Civil.
Carro abandonado
Um dos carros de luxo, avaliado em pouco mais de R$ 200 mil, foi deixado no estacionamento de uma igreja evangélica. O casal que ocupava o Mercedes-Benz argumentou ao responsável pelo local que o veículo estaria com problemas técnicos, segundo registros policiais. Ambos acionaram um carro de aplicativo para continuar com a fuga.
O outro veículo, cujas placas são de Araras, no interior paulista, não havia sido localizado até a publicação desta reportagem.
O caso foi registrado pela Polícia Civil como disputa de racha, lesão corporal, omissão de socorro e fuga. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que foi solicitada perícia para o local do acidente.