OMS: 2 anos de pandemia de Covid destruíram 10 anos de avanços na expectativa e qualidade de vida mundial

De 2019 a 2021, a expectativa de vida global - de quantos anos em média vamos viver - foi reduzida de 73,2 para 71,4 anos - a mesma marca de 2012

Pouco mais de quatro anos depois de ter declarado a Covid uma pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou o impacto da doença na expectativa de vida no planeta.

A Covid deixou marcas na professora Fabiana Alexandre. Em 2021, ela passou 132 dias na UTI, intubada. Resistiu, mas teve sequelas: na audição, na voz e na coordenação motora.

“O período foi muito difícil, mas a minha força de vontade foi muito grande. Graças a Deus, hoje, depois de muito esforço, eu consegui passar. Não 100%. Jamais vai ser”, diz ela.

Expectativa de vida cai com a pandemia da Covid/Foto: Reprodução

Assim como a Fabiana, a pandemia comprometeu a parte neuropsicológica de muita gente. Na Rede Sarah, em Brasília, 30% dos pacientes estão na reabilitação. A maioria com problemas de memória, na fala, com ansiedade e depressão.

As consequências da pandemia são sentidas até hoje. Mais de 13 milhões de pessoas morreram no planeta por causa do vírus. Outras tantas deixaram de tratar doenças como hipertensão, diabetes, câncer e acabaram aumentando a estatística de óbitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, tudo isso fez com que dois anos de pandemia destruíssem dez anos de avanços na expectativa e na qualidade de vida globalmente.

De 2019 a 2021, a expectativa de vida global – de quantos anos em média vamos viver – foi reduzida de 73,2 anos para 71,4 anos – a mesma marca que tínhamos em 2012. A expectativa de vida saudável caiu de 63,4 anos para 61,9 anos. Retrocesso de uma década.

Os dados são uma média que levou em conta os resultados de cada região. Na América do Sul, por exemplo, a queda foi ainda maior.

“A expectativa de vida é diferente para cada região e para cada país, e é muito relacionado com o desenvolvimento do país, com a qualidade dos serviços de saúde e outras variáveis”, afirma Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde.

O presidente da Organização Pan-Americana da Saúde, Jarbas Barbosa, explica a importância desses dados:

“Primeiro para chamar atenção de como foi grave essa pandemia em termos de impacto negativo sobre a saúde das pessoas. Segundo que nós temos que atuar para recuperar esses danos, esse retrocesso. E terceiro que nós estamos que estar melhor preparados para uma nova pandemia. Nós não pudemos permitir que uma nova emergência de saúde pública internacional nós tenhamos um dano tão importante quanto esse”.

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