O iPhone 6S — lançado em setembro de 2015– trouxe pequenas melhorias no processador e nos recursos multimídia. A grande aposta ficou por conta de uma firula, que o diferencia dos modelos anteriores e também do iPhone SE –versão menor e mais em conta do aparelho. Já o preço continua nas alturas: o aparelho é vendido no Brasil a partir de R$ 3.999 (versão 6S) e R$ 4.299 (versão 6s Plus), sendo que o modelo antecessor pode ser comprado por a partir de R$ 3.199.
“Botão direito” do celular dá acesso a atalhos em aplicativos
A nova “firula” é o “3D Touch”, uma tecnologia que reconhece a força do toque na tela. Na verdade, é como um “dois cliques”, mas que funciona como um botão direito do mouse. Trata-se não apenas da economia de alguns cliques. Além de dar acesso a atalhos em aplicativos, é o novo caminho para a área de multitarefa (aquela que controla os apps abertos) e para a visualização prévia de e-mails, links, imagens e vídeos.
O problema está na dificuldade em usar a tecnologia. Isso mesmo! Pode parecer simples, mas leva-se um tempo para acostumar com os “cliques secos” pegarem o jeito do “clique duplo”. Uma impressão que não se limita ao review feito com aparelho, mas leva também em consideração a avaliação de alguns usuários que já possuem o iPhone 6S. Alguns, inclusive, por falta de conhecimento e jeito, acabam ignorando o que há de mais inovador no smartphone.
Apesar disso, a função promete. É possível inclusive visualizar uma mensagem recebida pelo WhatsApp sem abrir o bate-papo e burlar o aviso de leitura do app. Também permite o envio de respostas rápidas por SMS e a ativação do trackpad no teclado para selecionar textos rapidamente. As opções ainda são limitadas, mas a tecnologia abre espaço para novas funções. O mais interessante de tudo será ver o que os desenvolvedores tendem a mostrar daqui para frente.
Reforço nos recursos multimídia
A câmera do iPhone 6s também é um destaque em relação a seus antecessores, — foi a primeira atualização de megapixels desde 2011.
Com os sensores de 12MP (principal) e 5MP (frontal), o aparelho tira excelentes fotos em praticamente todas as situações, com a produção de imagens nítidas e com boa profundidade de campo. Qualidade que acabada sendo um pouco afetada nos ambientes com baixa luminosidade. Mas nada muito grave.
Fotos em ambientes escuros acabam perdendo a profundidade de campo
Não foi dessa vez que o tão esperado flash na câmera frontal chegou ao iPhone. A opção da Apple foi adotar um recurso um tanto careiro, mas que funciona. Ao tirar uma selfie, a tela do celular emite uma luz com um brilho três vezes maior do que o normal, o que viabiliza os autorretratos em ambientes sem luminosidade –algo que não era possível nos modelos anteriores.
A Apple resolveu incorporação a tecnologia 4K –já adotada pelos concorrentes há um tempo–, que possibilita a realização de vídeos de altíssima qualidade [cores mais vivas e mais próximas do real, sem distorções]. O problema é o tamanho desses vídeos e as poucas telas que permitem ver nessa qualidade — a tela do 6S permite.
O iPhone 6S certamente está entre as melhores câmeras do mercado, perdendo, por exemplo, para o recém-lançado Samsung Galaxy S7.
Com o recurso chamado de “Flash Retina”, é possível tirar boas selfies no claro e no escuro
Upgrades que deixam o aparelho mais potente
Com telas de 4,7 polegadas (6s) e 5,5 polegadas (6s Plus), os mais novos top de linha da Apple ganharam um melhor processador, com a inclusão do A9 –terceira geração do chip de 64-bits. Segundo a Apple, ele é 70% mais rápido do que o A8. Os aparelhos também passam a ter o dobro de memória RAM –2GB–, após quatro anos de estagnação. Vale lembrar que no mercado já existem aparelhos com até 4 GB de memória RAM.
Mudanças que não são tão perceptíveis nas tarefas do dia a dia, mas que são bastante significativas para quem gosta de jogar pelo celular, assistir a vídeos ou mesmo para os multitarefas. Nos testes, iPhone 6S Plus se mostrou muito eficiente, não travou nenhuma vez, mesmo com diferentes aplicativos abertos, e também respondeu muito bem aos comandos.
O único problema –que já característico dos iPhones– está no superaquecimento do aparelho, até mesmo nas tarefas mais simples. Assistir a um vídeo por muito tempo ou mesmo usar o Waze em um percurso de 30 minutos o deixa muito quente –muito quente mesmo. A sorte é que essa questão não interfere no desempenho, apenas no manuseio.
A bateria não ganhou um upgrade e ainda acabou sofrendo um retrocesso, passando de 1.810 mAh para 1.715 mAh, na versão 6S, e de 2.915 mAh para 2.750 mAh, no modelo Plus. Ainda assim, segundo as especificações da Apple, os quatro aparelhos possuem autonomia de carga de até 10 horas em 3G. Ao que percebemos, mediante o uso moderado, o tempo entre as recarga do iPhone 6S Plus podem chegar a oito horas.
No quesito design, não houve nenhuma grande mudança, a não ser a inclusão da cor “ouro rosa”, que por sinal é muito bonita. Inspirou até a própria concorrência –no caso a Samsung– a adotar a opção.
Direto ao ponto: iPhone 6S e 6S Plus
- Tela: 4,7” (6S) e 5,5” (6S Plus), retina HD com 3D Touch
- Sistema Operacional: iOS 9
- Processador: A9 de 64 bits
- Memória: 16GB, 64 GB ou 128GB
- Câmeras: 12 MP (principal) e 5 MP (frontal)
- Dimensões e peso: 138,3 mm X 67,1 mm X 7,1 mm e 143g (6s); 158,2 mm X 77,9 mm X 7,3 mm e 192 g (6s Plus)
- Preço sugerido: de R$ 3.999 a R$ 4.899
- Pontos positivos: tecnologia 3D Touch, melhorias nas câmeras, processador e memória RAM mais potentes
- Pontos negativos: custo-benefício, bateria e superaquecimento