O fisioterapeuta Rafael Roma, venceu na justiça, no fim do ano de 2023, um processo movido contra o clube de futebol Humaitá, que não teria pagado de maneira correta os valores combinados acerca de seus serviços. Mesmo após a decisão favorável, ele ainda não teria recebido o montante de R$18.827,16.
Os valores seriam relativos aos períodos de setembro de outubro de 2022 e os meses entre janeiro e abril de 2023, quando teria trabalhado junto ao clube. Mesmo com a decisão favorável na justiça, registrada ainda em 2023, Roma não teria recebido o pagamento.
Houve tentativa de acordo entre as partes, com ofertas de quitação da dívida através de parcelamento, entretanto não foi aceita. O juiz da Justiça do Trabalho, Fábio Lucas Telles, determinou então que a Federação de Futebol do Acre (FFAC) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) penhorem “eventuais valores/créditos” a serem recebidos pelo clube.
“Como as contas estão bloqueadas, eles não vão movimentar as contas. Se movimenta lá, o dinheiro fica congelado. Então, eles não estão fazendo essa movimentação. O que eles estão fazendo: eles estão pegando o cheque e botando na conta de terceiros”, disse o fisioterapeuta ao ge.
Roma destaca ainda que o acordo entre ele e o clube era apenas verbal, enquanto o presidente do Humaitá, Igor Cotta, ressalta que todos os tratamentos feitos pelos atletas eram realizados em clinicas particulares e que Roma teria estado presente apenas em situações pontuais, não sendo um funcionário do clube.
O Humanitá já haveria recebido, em maio de 2024, a primeira parte do valor a ser recebido pela participação na Série D (R$130 mil), mas que o pagamento à Roma não foi feito. O diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, disse ao GE que os valores não são enviados diretamente aos clubes, e sim que a organização envia o montante para as federações estaduais, que só então enviam ao destinatário final.
“A CBF repassa às federações que, por sua vez, repassam aos clubes. A CBF não faz repasse direto ao Humaitá. Então, assim, tudo bem que a gente recebeu a notificação, mas a gente não tem repasse pra fazer ao Humaitá. Quem tem repasse pra fazer, no caso, é a federação. Então, a gente tem ciência disso, mas a gente não tem nenhum valor a ser repassado direto pro clube, não há o que bloquear”.
Ainda de acordo com as informações do GE, o diretor financeiro da FFAC, Juscelino Gomes, contradiz as afirmações feitas pela CBF, falando que a federação acreana não faz a intermediação dos pagamentos.
Também em entrevista ao ge, Cotta diz estar a par do ocorrido e que um acordo entre as partes foi tentado, mas sem sucesso. “Essa causa ficou rolando, até então eu não tinha ciência do que foi… a gente só sabia que tinha sido a revelia (sem defesa), mas até então não tinha bloqueado a conta. Tentamos alguns acordos, meu advogado ligou várias vezes pra tentar parcelamento, não teve nada, o tempo todo eles falando que não, que queria o dinheiro todo (…) Eles pediram o bloqueio pela federação, mas a gente já tinha recebido, não tinha o que fazer”, explicou ele.
O presidente ressalta ainda que, por ter recebido o repasse via cheque, o dinheiro não haveria caído na conta do clube, afirmando também que todo o imbróglio será resolvido assim que o Humaitá receber valores em sua conta bancária.