No segundo semestre deste ano, a partir de julho, o mundo deve presenciar a transição dos fenômenos El Niño para o La Niña.
Em uma nota técnica emitida no mês passado, o Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden) revelou ainda não se pode afirmar quais serão os efetivos impactos e as regiões que poderão ser afetadas por falta ou excesso de chuvas.
Porém, historicamente, períodos sob a influência do La Niña são associados com chuvas acima da média em áreas das regiões Norte e Nordeste, e chuvas abaixo da média nas regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. Além disso, normalmente, são anos mais frios. Entretanto, segundo a nota técnica do Cemaden, cada edição do fenômeno é única.
Ao ContilNet, o diretor Administração de Desastre da Defesa Civil, Claudio Falcão, informou que apesar da chegada do La Niña, o Acre ainda deve continuar enfrentando as consequências e os impactos do El Niño.
“Vamos sofrer ainda por algum tempo os feitos do El Niño, onde a principal característica dele é o aquecimento das águas dos oceanos. Com isso nós temos efeitos extremos. O La Niña ainda não muda quase nada. Estamos iniciando uma seca, um período de estiagem, ainda sob o efeito do El Niño. Quando nós formos ter o resfriamento das águas, causadas pelo La Niña, já estaremos no final do fenômeno. Ou seja, para esse ano, os efeitos do La Niña serão sentidos no futuro”, disse.
“Em relação a esses impactos, Falcão destacou que ambos são bem parecidos, principalmente por serem eventos extremos. São característicos pelas questões de inundações, de seca, de temporais. Toda a parte climática acaba sendo potencializada”, completou.
Afinal, o que é o La Niña
O La Niña consiste no resfriamento das camadas mais superficiais, até aproximadamente cem metros de profundidade, do oceano Pacífico Tropical, na região equatorial próxima ao Peru e Equador. O fenômeno pode ter mais de um ano de duração e ocorrer em intervalos de tempo que variam de dois a sete anos. Ele faz parte de um ciclo natural mais amplo, conhecido como El Niño Oscilação Sul, e que inclui estados de aquecimento (El Niño), condições neutras e de resfriamento (La Niña).