Ateliê da Floresta: espaço que usa árvores caídas para fazer arte é inaugurado no Acre

Obras de arte, móveis, utensílios domésticos, dentre outros artefatos são produzidos através do rastreio de arvores que já caíram, sem que seja necessário derrubá-las

O Ateliê da Floresta foi inaugurado no último domingo (9), no município de Xapuri, no interior do Acre, com o intuito de fortalecer a cadeia de produção envolvendo a madeira no estado. 

O espaço faz parte de uma iniciativa conjunta entre um grupo de artesãos e lideranças locais, representantes de parceiros, sendo eles Amoprex, Comitê Chico Mendes, Ibama, CUT, ICMBio, Aspafa e a Prefeitura de Xapuri.

Rogério Mendes é filho do idealizador original do projeto, Raimundo Mendes, primo do ambientalista Chico Mendes, e fala sobre o uso das madeiras para a produção de obras de arte, móveis, utensílios domésticos, dentre outros artefatos.

“Nenhuma das peças são frutos de árvores que são derrubadas, todas são madeiras resgatadas de árvores que já estão caídas fazem 30, 40 anos. Uma porcentagem do lucro fica pro ateliê, para manutenção dele, o restante é dividido pras famílias envolvidas”, explica ele.

Cerca de apenas 20% dos valores arrecadados ficarão com o atelier, com o restante sendo repassado ao artesãos/Foto: Cedida

Atualmente, existe um grupo de aproximadamente 12 pessoas trabalhando diretamente no processo de confecção dos artesanatos e produtos no geral. Mendes explica que está sendo estudado uma maneira de realizar as vendas sem que as pessoas precisem se deslocar até o município, através de um site.

“Queremos criar um site que tenha toda nossa história, para que possam conhecer um pouco e também fazermos uma venda direta. A nossa história está ligada à história da reserva Chico Mendes”.

Ele ainda diz que existem planos para realizarem ações conjuntas com a Cooperacre, através de sua filial no município. O SOS Amazônia é um dos principais apoiadores do ateliê.

A sede fica localizada em Xapuri, mas meios para se vender através da internet já existem/Foto: Cedida

Mendes ainda ressalta que produções utilizando a castanha e a borracha já ocorriam, e que agora com a produção de peças com madeira através do ateliê é mais um modo de potencializar os recursos naturais da Amazônia de forma saudável.

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