A partir do próximo dia 19 de junho, a historiadora e diretora de cinema Kelen Gleysse, iniciará a circulação de seu documentário “História de Mulheres Lavadeiras”, através de projeto aprovado no Fundo Municipal de Cultura 2023, recurso disponibilizado pela Prefeitura de Rio Branco, via Fundação Garibaldi Brasil.
O projeto conta com o apoio da Associação Acreana de Cinema (Asacine) e do Instituto Federal do Acre (Ifac). Valorizando e reconhecendo o papel central que as mulheres exercem na construção das identidades acreanas, mesmo que muitas vezes “invisibilizadas” pela sociedade e pelos registros históricos, Kelen buscou trazer à tona um dos fazeres e saberes tradicionais praticados pelas mulheres acreanas: o ofício de lavadeira.
“Considerando que a atividade tradicional de lavadeira ainda é responsável pelo sustento de muitas famílias acreanas e que muitas mulheres, ainda hoje, trabalham e ganham sua vida lavando roupas “para fora”, como se diz popularmente, iniciei uma pesquisa acerca desta temática. A ideia foi investigar como este ofício ainda se mantém nos dias de hoje. Quem são essas mulheres? Como sobrevivem? Quais os traços culturais deste fazer que ainda resistem com o passar do tempo? Quais são os seus anseios? Tais perguntas nortearam a produção do documentário”, explica Kelen.
Kelen Gleysse tem uma vasta produção cultural. Além de livros de sucesso, como “Nas fronteiras da terra prometida”, “A menina que cansou de esperar”, e mais recentemente “Sentença”, há alguns anos se lançou no universo do audiovisual, tendo se filiado à Asacine, participando de todos os festivais realizados pela entidade nos últimos anos. Com recursos da Lei Paulo Gustavo, Kelen já prepara seu mais novo curta-metragem, “Amor Bandido”, que aborda as mulheres privadas de liberdade.
Sua última produção cinematográfica foi o documentário “Memórias de Mulheres Lavadeiras”. Com 21 minutos de duração, e contando com depoimentos de cinco mulheres lavadeiras, o documentário estreou no III FestCine Mulher, realizado em 2023, pela Associação Acreana de Cinema (Asacine). Após a estreia, a ideia da diretora Kelen Gleysse é circular com o filme, iniciando pelas escolas públicas. O objetivo é contribuir com a valorização e difusão das memórias e identidades das mulheres lavadeiras de Rio Branco, sujeitos sociais que fazem parte da cultura popular local, com foco em suas trajetórias históricas e em sua atuação nos dias atuais.
“O trabalho da Kelen Gleysse foi uma grata surpresa do III FestCine Mulher. Um material rico, de valor histórico, que traz essa discussão de reconhecimento do Patrimônio Cultural Imaterial acreano. A iniciativa da Kelen, de exibir e promover a discussão na escola, é uma forma de popularizar e democratizar a produção cinematográfica local, que é um dos focos da Asacine”, explica Enilson Amorim, presidente da associação.
As exibições acontecerão no dia 19 de junho, na Escola Estadual Maria Chalub Leite; dia 21.06, na Escola Estadual Reinaldo Pereira e nos dias 28 e 30.06, em sessões abertas no Museu dos Povos Acreanos.