Policiais são contra volta de visitas íntimas em presídio que teve rebelião em Rio Branco

Ele pediu a revisão do processo de retomada das visitas íntimas, ressaltando a necessidade de decisões discutidas e acordadas com os policiais penais

O presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Eden Azevedo, expressou sua insatisfação em relação à provável retomada das visitas íntimas no presídio Amaro Alves, em Rio Branco. Em nota nesta segunda (24), Azevedo destacou que, quase um ano após a rebelião que resultou em cinco mortes, as reformas no prédio ainda não foram concluídas.

Presídio Amaro Alves, em Rio Branco/Foto: Reprodução

Azevedo criticou a gestão do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) por “empurrar decisões goela abaixo” sem diálogo adequado com a categoria, comprometendo a segurança e a organização da unidade. 

Ele pediu a revisão do processo de retomada das visitas íntimas, ressaltando a necessidade de decisões discutidas e acordadas com os policiais penais. 

“Sabemos do poder diretivo da gestão, porém, também sabemos que o baixo efetivo e a falta de segurança permitem que possamos deixar de cumprir ordens que colocam nossas vidas em risco, paralisando toda a rotina penitenciária”, afirmou Azevedo.

Reforma

A demora nas reformas e a autorização para a retomada das visitas nas celas e das visitas íntimas, sem a conclusão das obras e sem a presença de representantes da categoria nas negociações, têm gerado preocupações e insatisfações entre os policiais penais. Azevedo teme a ocorrência de um novo evento catastrófico devido à situação.

Em resposta à nota do sindicato, o Iapen-AC afirmou que há uma tentativa de desvirtuar o trabalho da atual gestão. O instituto destacou que, no dia 18 de junho, representantes de familiares dos reeducandos do presídio Antônio Amaro Alves foram recebidos na sede da instituição. 

A reunião contou com a presença da presidência do Iapen, diretorias operacionais, de Reintegração, de Infraestrutura, de Contratos e Convênios, o chefe do Departamento de Segurança da Polícia Penal, uma representante dos Direitos Humanos e a deputada estadual Michelle Melo.

A assessoria do Iapen revelou ainda que existem dois ofícios da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), enviados pela Comissão de Direitos Humanos e pela presidência da Casa, requerendo o retorno das visitas íntimas.

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