Com farinha de Cruzeiro do Sul, marca acreana vende mil barras de chocolate mensalmente

O fisioterapeuta e empresário Leandro Brasil explica como surgiu a ideia de suar a farinha para mudar o tradicional chocolate

O dia mundial do chocolate é comemorado neste domingo, dia sete de julho, sendo celebrado neste dia pois seria a suposta data em que o chocolate alcançaria os solos europeus pela primeira vez, aproximadamente no século XV.

Sua origem remonta à América Central, onde era utilizado pelo povo Olmeca, cerca de 1500 a.C., aparecendo novamente com os Maias e Astecas, mas ainda em versões diferentes da que conhecemos nos tempos de hoje.

A partir da paixão das pessoas pelo doce, novas versões foram surgindo, seja com frutas, açúcar cristalizado, amendoins e outros doces como caramelos e marshmallows. Com esse mesmo intuito, de juntar o chocolate à cultura regional do estado, Leandro Brasil, que é fisioterapeuta, mas tem grande paixão pelo chocolate, decidiu criar a  marca Além do Cacau, que visava levar um pouco do Acre dentro do doce, e para isso decidiu colocar farinha no chocolate.

Brasil conta que a marca já está no mercado há três anos, e explica que percebeu uma oportunidade de mercado no estado, já que o acreano tem buscado maior qualidade nos chocolates que consome, entretanto ele buscava um diferencial para a marca.

O produto junta a doçura do chocolate com a crocância da farinha de Cruzeiro do Sul/Foto: Cedida

Nós nunca tínhamos visto chocolate com farinha de mandioca, claro que tinham chocolates produzidos por alguns parceiros que faziam já com cupuaçu, com açaí e outras coisas regionais, mas eles não são da Amazônia, então queríamos deixar nossa marca”, explica ele.

Brasil diz que a ideia veio de sua esposa, de aproveitar a crocância da farinha para trazer uma textura diferente para o produto. “Foi um processo longo até chegarmos ao ponto correto, foi cerca de um ano até acharmos o jeito certo de fazer o produto”.

Além disso, a mistura surgiu com uma referência a um costume de muitas famílias no estado, de comer farinha junto ao leite condensado como sobremesa após as refeições, juntando a crocância de um com o adocicado do outro.

Atualmente a rede conta com duas unidades, uma na capital do estado do Acre, Rio Branco, e outra em Foz do Iguaçu, no Paraná, e juntas elas somam cerca de mil barras do “O Acre Existe” mensalmente, nome dado ao chocolate exclusivo da marca acreana. Além do  chocolate com a farinha, outros produtos locais como a castanha do Brasil e o cupuaçu estão sendo estudados para integrarem a linha de produtos.

O tracejado presente no teto da loja de Foz do Iguaçu faz referência as curvas do rio Acre/Foto: Cedida

O empresário destaca que existem projetos para que, em poucos anos, toda a produção de seus produtos sejam feitas dentro do estado do Acre, incluindo o cacau, que de acordo com ele, através de parceria com a secretaria estadual de Agricultura, será produzido solo acreano dentro de quatro anos, fomentando mais ainda mercado local.

“O governo do estado, ele está trabalhando intensamente para tornar o cacau do Acre uma opção então a gente acredita que daqui uns três anos ou quatro nós teremos muito cacau hoje no Acre. O secretário Luiz Tchê da agricultura tem ajudado muito nessa ideia do cacau no estado”.

A possibilidade de desenvolver o plantio no cacau dentro do estado do Acre é real, visto que estados vizinhos, como Rondônia, tem um ótimo desempenho com a espécie, este sendo um dos maiores produtores do país e sendo eleito o melhor cacau do país em 2023.

Quanto a expansão da Além do Cacau, ele explica que novas unidades devem surgir em breve ao redor do país. “Hoje o nosso sonho, nosso objetivo é ter além do cacau espalhada pelo país inteiro. Já tem planos de outras unidades em Foz e também para abrir uma em São Paulo”, explica.

Leandro Brasil é a mente por traz do produto e dono da marca/Foto: Cedida

Por fim, Leandro Brasil se diz orgulhoso pelo sucesso do empreendimento e com as possibilidades de expansão, considerando ainda as dificuldades de se ter sucesso e reconhecimento vindo do norte do país, não fazendo parte do eixo sul-sudeste.

“Estamos bastante orgulhosos, porque hoje temos alcance nacional, grandes marcas e empresas já nos veem, e poder fazer isso com uma empresa e produtos tipicamente acreanos, sendo de fora do eixo, é muito gratificante”, celebra ele.

PUBLICIDADE