Com clima quase de deserto, umidade do ar bate recordes no Acre e médico alerta para perigos

O número da umidade relativa do ar no Acre é bem próximo ao do deserto do Saara

A umidade relativa do ar vem batendo recordes nas últimas semanas no Acre. O meteorologista Davi Friale anunciou que na última terça-feira (23), durante a tarde no estado, chegou a ser registrado um percentual de apenas 27%, por volta das 15h, o que pode causar diversos problemas de saúde.

Este foi o menor registro já realizado, com o recorde anterior sendo de 31%, anotado na última quarta-feira (17).

O número é bem próximo a umidade relativa do ar do deserto do Saara, onde costuma variar entre 14% e 20%.

Umidade relativa do ar bateu recordes na última semana no Acre/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Ao ContilNet, o médico Guilherme Pulici fez alertas em relação aos perigos da baixa umidade relativa do ar. Ele lembra que abaixo de 60% – percentual ideal segundo a Organização Mundial da Saúde -, já é possível identificar alguns riscos.

Podendo trazer repercussão sobre o sistema respiratório e também sobre o sistema cardiovascular. As crianças, bebês e idosos são mais suscetíveis a terem complicações e problemas mais graves relacionados aos poluentes, que atingem as vias aéreas. Mas também os portadores de doenças crônicas, como por exemplo, asmáticos, enfisematosos e portadores de doença renal crônica cardiopata”, disse.

O médico ainda aproveitou para dar dicas sobre o que fazer para evitar as complicações da baixa umidade relativa do ar.

“A gente recomenda que a população se hidrate bem, que evite se expor ao sol das nove da manhã até às dezoito horas, que é o horário em que a umidade relativa do ar atinge os níveis mais baixos”.

Além disso, atividades ao ar livre realizadas entre os horários em que a umidade tende a atingir níveis aceitáveis – antes das 09h da manhã e depois das 18h -, também é indicar para diminuir os impactos do clima seco.

Guilherme lembra ainda que o consumo de certos alimentos é outro grande aliado no enfrentando dos recordes de baixa umidade do ar.

“Dê preferência para ricos em nutrientes como frutas e legumes, porque além de ricos em nutrientes, eles também são ricos em água, e que ajuda a hidratar”, completou.

Cuidado especial

Com o clima seco, a probalidade de doenças respiratórias e irritação na pele, olhos e nariz aumenta e é necessário um cuidado especial com essas regiões.

“Uma dica é o uso de soro fisiológico na cavidade nasal, além da eventual realização de uma nebulização com soro também para as vias aéreas. Também a utilização de colírios específicos com com finalidade lubrificante e indicada por um oftalmologista. Além do uso de proteção solar, que é uma medida simples, mas que também ajuda a proteger a pele, principalmente das dermatites relacionadas ao tempo seco”, disse o médico.

Por fim, um cuidado que é essencial, mas que precisa ser reafirmado sempre: as vacinas.

“É importante manter o calendário vacinal em dia, principalmente por que as doenças respiratórias ainda estão em alta de acordo com dados da Fiocruz aqui no nosso estado. Ter em dias a vacina da gripe, covid, e de outras doenças respiratórias como a vacina contra a pneumonia, a Pneumococo”, concluiu.

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