“A gente dorme com um monstro”, diz mãe de bebê que foi envenenada e morta pelo próprio pai

No vídeo, a mãe conta como foram os últimos momentos de vida da filha

Janaynna Ferreira, de 35 anos, é a acreana mãe da recém-nascida de apenas cinco dias que foi morta envenenada por veneno de rato na mamadeira, em Recife, capital de Pernambuco. Em um vídeo, emocionada, Janaynna relata os últimos momentos de vida da filha. O acusado de matar a pequena Alícia é o próprio pai, Charles Luiz Félix da Costa, de 44 anos.

No vídeo, divulgado pelo site ac24horas, a mãe conta como foram os últimos momentos de vida da filha. “Quando eu cheguei, eu dei banho nela […] e ele disse para eu tomar banho, pra gente jantar. Eu fui tomar um banho rápido e quando eu voltei, eu dei o peito e ela começou a chorar. Coloquei minha filha em meus braços para ela se acalmar e ele ficou do meu lado, perguntando o que ela tinha. Ela começou a babar e ele disse para colocar a fralda para não ficar corpo a corpo”, contou.

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A recém-nascida foi envenenada com chumbinho/Foto: Reprodução

“Nessa hora, ela ficou um tempinho nos meus braços e eu disse que ia esperar ela se acalmar mais para colocar a fralda dela. Isso, ele estava do meu lado, vendo tudo, vendo ela. Quando eu coloquei ela na cama, eu já vi que ela estava sem vida. E eu dizia ‘ela não está respirando’, eu vi que ela chegou sem vida no hospital. Eu chupei no nariz dela para chupar toda a secreção da boquinha”, contou.

A acreana continuou dizendo: “O mais triste é que a gente dorme com monstro e não sabe. A gente não sabe como que é a dor. É muito triste. Eu só peço justiça pela minha filha, de cinco dias. Eu quero que a justiça seja feita. Ele viu ela falecendo do meu lado. Ele viu tudo”, disse.

A mãe da pequena Alícia seguiu o vídeo falando que a filha não teve direito de viver, de respirar, de brincar. “Ela não teve direito de nada. Era só uma bebê de cinco dias. Tão linda, tão maravilhosa, tão frágil. A única coisa que ela queria nessa vida era amor e carinho”, continuou.

Durante audiência de custódia, o suspeito teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na região metropolitana de Recife.

O acusado

O g1 teve acesso ainda a um processo judicial que aponta que Charles Luiz já respondeu anteriormente por maus-tratos contra criança e adolescente na Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Jaboatão dos Guararapes.

Charles Luiz também foi autuado por furto em 2011. A vítima era uma defensora pública com deficiência visual, que morreu naquele ano. Após a morte dela, segundo a denúncia, ele fez vários saques, transferências e empréstimos, totalizando mais de R$ 20 mil. O processo, no entanto, prescreveu e foi arquivado em 2023.

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