A casa de prostituição que foi palco do sequestro de cinco garotas de programa voltou a funcionar a “pleno suor” na área central de Brasília. O local é conhecido pela altíssima rotatividade. Há seis meses, o bordel de portas escancaradas para a W3 Sul, na Quadra 512, virou notícia no Distrito Federal. O bloco foi cercado por policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) após um criminoso invadir o local. Depois de três horas de negociação, o homem, armado com uma faca e uma arma de brinquedo, foi preso. Na ocasião, duas prostitutas foram estupradas.
Atualmente, o prostíbulo voltou aos áureos tempos com clientes a rodo, gorjetas generosas e transas em profusão. Com publicidade inundando grupos de WhatsApp, a casa passou a apostar em um vasto e variado “cardápio do sexo”, com preços para todos os bolsos e serviços sexuais ofertados a todos os gostos. A reportagem do Metrópoles acompanhou a rotina das garotas que aquecem as tardes de quem frequenta o “Bordel do Sequestro”.
No início da tarde, logo após o almoço, o sobe e desce frenético da escadaria que leva até as pequenas quitinetes denuncia a prosperidade do negócio. Ainda uniformizados, funcionários de empresas privadas, motoboys com capacetes a tiracolo e jovens de mochilas nas costas aproveitam para visitar as moças em horário comercial.
Menu da sacanagem
Na maioria das vezes, os encontros sexuais são previamente agendados pelas garotas por meio do WhatsApp. A zona não é bagunçada, existe dia e hora para cada cliente se refestelar com as meninas. Quatro delas se revezam durante um determinado período do dia. A labuta tem início por volta de 13h e segue firme até as 21h.
Sem tempo a perder e usando a máxima do “tempo é dinheiro”, as garotas instituíram a rapidinha dos 10 minutos, por módicos R$ 80, com direito a sexo oral e vaginal. Mas quem quiser desfrutar de mais tempo em meio aos lençóis de Melissa, Carla, Valentina, Larissa e Aline, precisa desembolsar R$ 100 por meia hora de sexo ou R$ 150 por uma hora.
No cardápio publicado no perfil do WhatsApp, o bordel ainda dispõe de serviços mais sofisticados, para clientes abastados. São cobrados R$ 200 pela chamada “completinha”, programa com direito a sexo oral, vaginal e anal. O homem que quiser tirar a garota de programa da quitinete e levá-la para um hotel, precisa pagar a bagatela de R$ 600.
Rapidinha no carro
Entre as opções do menu está um dos campeões de venda: a “rapidinha no carro”. Por R$ 100, o cliente transa com a garota em alguns dos estacionamentos públicos da Asa Sul, nas proximidades da Quadra 512. Não importa se à luz do dia, ou à noite, o prazer do cliente é visto como prioridade pelas meninas.
A coluna identificou a presença de uma cafetina no local, que organiza a agenda sexual das garotas e mantém o bordel em ordem. A morena costuma deixar o prédio e seguir até o estacionamento em frente a um bloco residencial onde deixa um VW Nivus estacionado, sempre no final da tarde.
O sequestro
Em 1º de fevereiro deste ano, duas das cinco prostitutas mantidas reféns em uma casa de massagem na Asa Sul foram estupradas pelo sequestrador. O homem, de 26 anos, invadiu o local e manteve seis pessoas reféns por três horas, entre elas, um homem e cinco mulheres.
Uma testemunha contou à PMDF que o criminoso entrou no estabelecimento, que estava trancado, sob o pretexto de contratar os serviços das profissionais para uma despedida de solteiro. Já no local, armado com faca e uma arma de brinquedo, teria estuprado duas vítimas.
Durante o sequestro, uma das mulheres que se identificou como garota de programa ligou para a PM informando que uma amiga havia pedido socorro durante uma ligação telefônica. O homem, em um primeiro momento, manteve seis pessoas reféns. Ao longo da tarde, ele liberou as vítimas e se entregou depois.